BLOCO I
1. LÍNGUA PORTUGUESA
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1.1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.
Detalhe: Habilidade de analisar e entender profundamente textos de diferentes naturezas (notícias, artigos de opinião, documentos oficiais, textos literários, laudos periciais, etc.), identificando a ideia central, argumentos, informações explícitas e implícitas, o significado de palavras e expressões pelo contexto e a finalidade comunicativa do autor. Essencial para a análise de laudos, relatórios técnicos e documentos de identificação.
Ex: Um Papiloscopista Policial Federal, ao analisar um laudo pericial sobre confronto de impressões digitais, deve ser capaz de compreender os termos técnicos, a metodologia aplicada e as conclusões, para correlacionar com outras evidências do caso ou elaborar seu próprio parecer técnico.
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1.2. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.
Detalhe: Capacidade de identificar as características estruturais e funcionais de diferentes tipos textuais (narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo, injuntivo) e gêneros textuais (laudo, relatório técnico, parecer, ofício, etc.). Importante para a produção e adequação dos diversos documentos periciais e administrativos.
Ex: Reconhecer que um laudo de perícia papiloscópica é um gênero textual predominantemente expositivo e descritivo, com estrutura formal específica (quesitos, histórico, exames, conclusão), diferentemente de um ofício de encaminhamento de material (gênero epistolar oficial).
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1.3. Domínio da ortografia oficial.
Detalhe: Conhecimento e aplicação correta das regras ortográficas vigentes, incluindo o uso de letras, hífen, acentuação gráfica e o Novo Acordo Ortográfico. Fundamental para a credibilidade e clareza dos laudos e pareceres técnicos.
Ex: Grafar corretamente termos técnicos como "papiloscopia", "datiloscopia", "quiroscopia", "podoscopia", "minúcias", "confronto", "identificação" em um laudo pericial.
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1.4. Domínio dos mecanismos de coesão textual.
Detalhe: Habilidade de utilizar e reconhecer os recursos que garantem a ligação entre as partes de um texto, conferindo-lhe unidade de sentido.
4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de sequenciação textual.
Detalhe: Uso adequado de pronomes, sinônimos, advérbios, conjunções e expressões que retomam ideias, evitam repetições desnecessárias e estabelecem relações lógicas (causa, consequência, tempo, oposição, etc.) entre frases e parágrafos.
Ex: Em um laudo papiloscópico: "A impressão digital questionada foi coletada no local do crime. Ela (referenciação pronominal) apresentava doze pontos característicos coincidentes com o padrão do suspeito. Portanto (conector conclusivo), conclui-se pela identificação positiva."
4.2 Emprego de tempos e modos verbais.
Detalhe: Utilização correta dos tempos (presente, pretérito, futuro) e modos verbais (indicativo, subjuntivo, imperativo) para expressar com precisão as ações, estados e suas relações temporais e de certeza/hipótese. Crucial na descrição de procedimentos periciais.
Ex: "Os peritos coletaram (pretérito perfeito do indicativo – ação concluída) os fragmentos papilares, os quais foram revelados (voz passiva – ação sofrida) com o uso de pós específicos. Se o material estivesse (pretérito imperfeito do subjuntivo – condição hipotética) em melhor estado, a análise seria (futuro do pretérito do indicativo – resultado condicionado) mais conclusiva."
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1.5. Domínio da estrutura morfossintática do período.
Detalhe: Compreensão da organização das palavras em frases e das frases em períodos, analisando as classes gramaticais e suas funções sintáticas.
5.1 Emprego das classes de palavras.
Detalhe: Identificação e uso adequado de substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções e interjeições, conforme suas funções na comunicação técnica.
Ex: "O habilidoso (adjetivo) papiloscopista (substantivo) identificou (verbo) o suspeito (substantivo) através (preposição) de (preposição) um fragmento (substantivo) digital (adjetivo) revelado (adjetivo/particípio) recentemente (advérbio)."
5.2 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração.
Detalhe: Compreensão e uso de orações e termos sintaticamente independentes ligados por conjunções coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas) ou justapostos.
Ex: "O perito revelou as impressões e o papiloscopista as analisou." (orações coordenadas aditivas). "A digital estava fragmentada, mas foi possível identificar pontos característicos." (orações coordenadas adversativas).
5.3 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.
Detalhe: Compreensão e uso de orações que dependem sintaticamente de outra (oração principal), classificando-as como substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Ex: "É fundamental que o material coletado seja bem preservado." (oração subordinada substantiva subjetiva). "O laudo que descreve as minúcias é conclusivo." (oração subordinada adjetiva restritiva).
5.4 Emprego dos sinais de pontuação.
Detalhe: Utilização correta dos sinais de pontuação (vírgula, ponto, ponto e vírgula, dois pontos, etc.) para delimitar unidades sintáticas, indicar pausas e entonações, garantindo a clareza e a precisão do laudo técnico.
Ex: "A análise do fragmento, que revelou doze pontos coincidentes, foi realizada; o resultado, portanto, aponta para a identificação positiva."
5.5 Concordância verbal e nominal.
Detalhe: Aplicação das regras de concordância do verbo com o sujeito e dos nomes (adjetivos, pronomes, artigos, numerais) com os substantivos a que se referem, em gênero e número.
Ex: Concordância verbal: "Foram analisadas as impressões digitais e as palmare." Concordância nominal: "Foram encontrados vestígios papilares latentes e fragmentos úteis para confronto."
5.6 Regência verbal e nominal.
Detalhe: Conhecimento da relação de dependência entre verbos ou nomes e seus complementos, com o uso correto das preposições exigidas.
Ex: Regência verbal: "O papiloscopista procedeu à coleta das impressões." (verbo proceder exige a preposição "a"). Regência nominal: "O laudo faz referência aos padrões encontrados." (nome referência exige a preposição "a").
5.7 Emprego do sinal indicativo de crase.
Detalhe: Aplicação correta das regras de ocorrência da crase (fusão da preposição "a" com o artigo "a(s)" ou com o "a" inicial de pronomes).
Ex: "O laudo foi encaminhado à autoridade policial." "O perito referiu-se àquela técnica de revelação."
5.8 Colocação dos pronomes átonos.
Detalhe: Uso adequado da próclise, mesóclise e ênclise dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
Ex: Próclise: "Não se encontraram impressões úteis." Ênclise: "Encontraram-se diversos fragmentos." Mesóclise (mais formal): "Analisar-se-ão todas as amostras."
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1.6. Reescrita de frases e parágrafos do texto.
Detalhe: Habilidade de modificar textos, mantendo ou alterando o sentido conforme solicitado, visando clareza, correção e adequação técnica.
6.1 Significação das palavras.
Detalhe: Compreensão do significado lexical das palavras e sua adequação ao contexto técnico-pericial. Identificação de sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos.
Ex: Substituir "A digital é igual" por "A impressão digital questionada apresenta convergência de pontos característicos com a padrão" (precisão técnica) ou "A impressão digital questionada é divergente da padrão" (antonímia técnica).
6.2 Substituição de palavras ou de trechos de texto.
Detalhe: Capacidade de trocar palavras ou segmentos textuais por outros equivalentes, sem prejuízo ao sentido original ou para atender a um novo propósito comunicativo, como maior clareza técnica.
Ex: Reescrever "O perito, que tem muita experiência, concluiu o laudo" como "O perito experiente concluiu o laudo" (transformando oração adjetiva em adjunto adnominal para concisão).
6.3 Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto.
Detalhe: Habilidade de alterar a ordem dos termos na oração ou das orações no período para dar ênfase, melhorar a clareza ou corrigir problemas estruturais em um texto técnico.
Ex: Transformar "A coleta dos vestígios papilares foi realizada pelos papiloscopistas no local do crime" (voz passiva) em "Os papiloscopistas realizaram a coleta dos vestígios papilares no local do crime" (voz ativa para maior objetividade).
6.4 Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.
Detalhe: Capacidade de adaptar um texto para diferentes públicos, finalidades ou suportes, ajustando a linguagem (ex: de uma anotação de campo para um laudo formal), o tom e a estrutura.
Ex: Transformar as anotações técnicas e abreviadas feitas durante a coleta de impressões em local de crime em um relatório detalhado e formal, utilizando a linguagem técnica e a estrutura adequadas para um laudo pericial.
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1.7. Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República).
Detalhe: Domínio das normas e padrões para a elaboração de documentos oficiais, conforme estabelecido pelo Manual de Redação da Presidência da República, aplicável aos documentos administrativos e de comunicação externa do Papiloscopista.
7.1 Aspectos gerais da redação oficial.
Detalhe: Conhecimento dos princípios da redação oficial: impessoalidade, uso do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Ex: Ao redigir um ofício solicitando informações a outro órgão, o Papiloscopista deve evitar o uso da primeira pessoa ("Eu solicito...") preferindo construções impessoais ("Solicita-se...").
7.2 Finalidade dos expedientes oficiais.
Detalhe: Compreensão dos objetivos e contextos de uso dos principais tipos de expedientes oficiais (ofício, memorando, aviso, exposição de motivos, parecer técnico quando formalizado como expediente).
Ex: Saber que um memorando é para comunicação interna ágil (ex: solicitar material ao almoxarifado do setor de perícias), enquanto um ofício é para comunicação externa (ex: encaminhar um laudo à autoridade judicial).
7.3 Adequação da linguagem ao tipo de documento.
Detalhe: Capacidade de empregar o vocabulário, o nível de formalidade e as expressões adequadas a cada tipo de documento oficial e ao destinatário.
Ex: Utilizar pronomes de tratamento corretos ("Vossa Excelência" para um Juiz ao encaminhar um laudo solicitado) e a terminologia técnica precisa, mas clara, em documentos que podem ser lidos por não especialistas.
7.4 Adequação do formato do texto ao gênero.
Detalhe: Conhecimento e aplicação da diagramação, estrutura (cabeçalho, vocativo, texto, fecho, identificação do signatário) e elementos específicos de cada gênero de correspondência oficial. Laudos periciais, embora técnicos, seguem uma estrutura própria, mas comunicações acessórias seguem o Manual.
Ex: Formatar um ofício de encaminhamento de laudo com o timbre do órgão, numeração, local e data, vocativo, corpo do texto referenciando o laudo anexo, fecho ("Atenciosamente" ou "Respeitosamente") e assinatura com cargo (Papiloscopista Policial Federal).
2. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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2.1. Noções de organização administrativa.
Detalhe: Estrutura e formas de organização da Administração Pública.
1.1 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração.
Detalhe: Centralização: Atribuições exercidas pelo núcleo do poder. Descentralização: Transferência de atribuições a outra pessoa jurídica (ex: criação de autarquia). Concentração: Atribuições reunidas em um único órgão ou agente dentro da mesma pessoa jurídica. Desconcentração: Distribuição interna de competências dentro da mesma pessoa jurídica (ex: criação de departamentos ou setores dentro de um ministério ou da Polícia Federal, como o Instituto Nacional de Identificação).
Ex: O Papiloscopista Policial Federal atua em um órgão da Administração Direta da União (Polícia Federal), que é desconcentrado do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O Instituto Nacional de Identificação (INI) é um exemplo de órgão especializado dentro da estrutura da PF (desconcentração).
1.2 Administração direta e indireta.
Detalhe: Administração Direta: Conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas (União, Estados, DF, Municípios), sem personalidade jurídica própria. Administração Indireta: Entidades com personalidade jurídica própria, vinculadas à Administração Direta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista).
Ex: A Polícia Federal, onde o Papiloscopista trabalha, é parte da Administração Direta da União. O Banco do Brasil, que pode ser alvo de investigações de fraudes com envolvimento de perícia papiloscópica em documentos, é uma sociedade de economia mista (Administração Indireta).
1.3 Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Detalhe: Autarquia: Serviço público descentralizado, com personalidade jurídica de direito público (ex: INSS, BACEN). Fundação Pública: Patrimônio personificado para fins sociais, com personalidade jurídica de direito público ou privado (ex: FUNAI, IBGE). Empresa Pública: Personalidade jurídica de direito privado, capital integralmente público (ex: Correios, Caixa Econômica Federal). Sociedade de Economia Mista: Personalidade jurídica de direito privado, capital misto (público majoritário) (ex: Petrobras, Banco do Brasil).
Ex: Um Papiloscopista pode ser chamado para periciar documentos ou locais em investigações envolvendo a Caixa Econômica Federal (empresa pública) ou o INSS (autarquia), necessitando compreender a natureza dessas entidades ao interagir ou requisitar informações.
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2.2. Ato administrativo.
Detalhe: Manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
2.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies.
Detalhe: Conceito: (vide acima). Requisitos (elementos): Competência, Finalidade, Forma, Motivo, Objeto (COFIFOMO). Atributos: Presunção de legitimidade e veracidade, Autoexecutoriedade, Tipicidade, Imperatividade. Classificação: Quanto à liberdade (vinculados, discricionários), destinatários (gerais, individuais), etc. Espécies: Normativos (decreto), Ordinatórios (portaria, instrução de serviço para coleta de impressões), Negociais (licença), Enunciativos (certidão, laudo pericial), Punitivos (multa).
Ex: Um laudo de perícia papiloscópica emitido por um Papiloscopista Policial Federal é um ato administrativo (espécie: enunciativo), que deve ser elaborado por agente competente (requisito: competência do perito), com a finalidade de subsidiar a investigação (requisito: finalidade), seguindo uma forma prescrita (requisito: forma), baseado nos exames realizados (requisito: motivo) e tendo como objeto a análise das impressões (requisito: objeto). Goza de presunção de legitimidade e veracidade.
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2.3. Agentes públicos.
Detalhe: Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.
3.1 Legislação pertinente.
3.1.1 Lei nº 8.112/1990 e suas alterações.
Detalhe: Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Trata de provimento, vacância, direitos, deveres, regime disciplinar, etc.
Ex: O Papiloscopista Policial Federal é um servidor público regido pela Lei nº 8.112/90, que estabelece seus direitos (férias, licenças para capacitação técnica) e deveres (zelo na custódia de vestígios, imparcialidade na análise pericial), bem como o regime disciplinar aplicável.
3.1.2 Disposições constitucionais aplicáveis.
Detalhe: Arts. 37 a 41 da Constituição Federal, que tratam dos princípios da Administração Pública, regras de investidura, acumulação de cargos, estabilidade, aposentadoria, etc.
Ex: A investidura no cargo de Papiloscopista Policial Federal ocorre mediante concurso público (art. 37, II, CF) e, após aprovação em estágio probatório de três anos, adquire-se a estabilidade (art. 41, CF).
3.2 Disposições doutrinárias.
3.2.1 Conceito.
Detalhe: (Vide conceito de agentes públicos no item 2.3). A doutrina amplia a compreensão e classificação.
Ex: Um perito "ad hoc" nomeado pela autoridade para realizar uma perícia específica na ausência de perito oficial, atua como agente público (particular em colaboração) naquela função.
3.2.2 Espécies.
Detalhe: Agentes políticos (Chefes do Executivo, parlamentares), servidores públicos (estatutários, celetistas, temporários), militares e particulares em colaboração com o Poder Público (mesários, jurados, peritos ad hoc).
Ex: O Papiloscopista Policial Federal é um servidor público estatutário. O Ministro da Justiça e Segurança Pública é um agente político.
3.2.3 Cargo, emprego e função pública.
Detalhe: Cargo público: Conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Criado por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos. Emprego público: Vínculo contratual regido pela CLT, típico de empresas públicas e sociedades de economia mista. Função pública: Conjunto de atribuições exercidas por agentes públicos, podendo ser função de confiança (direção, chefia, assessoramento) ou função gratificada, ou mesmo função sem vínculo permanente (temporários).
Ex: Papiloscopista Policial Federal é um cargo público. Um técnico do SERPRO que presta serviços à PF ocupa um emprego público. Um Papiloscopista que assume a chefia do setor de identificação exerce uma função de confiança.
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2.4. Poderes administrativos.
Detalhe: Prerrogativas conferidas à Administração para a consecução do interesse público.
4.1 Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia.
Detalhe: Poder Hierárquico: Permite distribuir e escalonar funções, dar ordens, fiscalizar, delegar e avocar atribuições dentro da mesma estrutura administrativa. Poder Disciplinar: Permite apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores. Poder Regulamentar (Normativo): Permite editar atos gerais para complementar as leis (ex: decretos). Poder de Polícia: Permite condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
Ex: O Chefe do Setor de Perícias Papiloscópicas exerce poder hierárquico sobre os Papiloscopistas da equipe. A instauração de um PAD contra um Papiloscopista por negligência na custódia de um vestígio decorre do poder disciplinar. A atuação da PF no controle de entrada de estrangeiros, que pode envolver identificação papiloscópica, é uma manifestação do poder de polícia.
4.2 Uso e abuso do poder.
Detalhe: Uso do poder: Exercício regular das prerrogativas. Abuso do poder: Exercício do poder fora dos limites legais, podendo ocorrer por excesso de poder (agente atua além de sua competência) ou desvio de poder/finalidade (agente atua com finalidade diversa do interesse público).
Ex: Um Papiloscopista que requisita acesso a um banco de dados sigiloso sem relação com suas atribuições periciais pode cometer excesso de poder. Um chefe que designa um Papiloscopista para uma perícia complexa com o intuito de prejudicá-lo por questões pessoais comete desvio de finalidade.
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2.5. Licitação.
Detalhe: Procedimento administrativo formal para a Administração Pública selecionar a proposta mais vantajosa para contratação de obras, serviços, compras e alienações.
5.1 Princípios.
Detalhe: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo, competitividade, desenvolvimento nacional sustentável, entre outros (Lei nº 14.133/2021).
Ex: Ao adquirir um novo sistema AFIS (Automated Fingerprint Identification System), a Polícia Federal deve seguir os princípios da licitação, como o julgamento objetivo das propostas técnicas e de preço.
5.2 Contratação direta: dispensa e inexigibilidade.
Detalhe: Dispensa: Casos em que a licitação, embora viável, é afastada por lei. Inexigibilidade: Casos em que a competição é inviável (ex: fornecedor exclusivo de um reagente químico específico para revelação de latentes, ou serviço técnico especializado singular).
Ex: Contratação de um serviço de manutenção emergencial em um equipamento crítico do laboratório de papiloscopia (dispensa). Contratação de um renomado especialista internacional para um treinamento altamente específico em uma nova técnica de identificação (inexigibilidade).
5.3 Modalidades.
Detalhe: Conforme Lei nº 14.133/2021: Pregão, Concorrência, Concurso, Leilão, Diálogo Competitivo.
Ex: A compra de insumos comuns para o laboratório de papiloscopia (luvas, pós, pincéis) geralmente é feita por Pregão. A contratação para desenvolvimento de um software complexo de análise de imagens faciais poderia usar Concorrência ou Diálogo Competitivo.
5.4 Tipos.
Detalhe: Critérios de julgamento: menor preço, maior desconto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior lance, maior retorno econômico.
Ex: Na licitação para compra de reagentes químicos, o tipo será "menor preço". Para um software de reconhecimento facial, pode ser "técnica e preço".
5.5 Procedimento.
Detalhe: Fases da licitação (preparatória, divulgação do edital, apresentação de propostas/lances, julgamento, habilitação, recursal, homologação).
Ex: Um Papiloscopista com conhecimento técnico pode ser convidado a auxiliar na fase preparatória de uma licitação, especificando os requisitos técnicos de um equipamento de coleta de impressões digitais.
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2.6. Controle da Administração Pública.
Detalhe: Fiscalização e correção dos atos administrativos para garantir a legalidade, legitimidade, economicidade e eficiência.
6.1 Controle exercido pela Administração Pública.
Detalhe: Autotutela (anulação de atos ilegais, revogação de atos inconvenientes/inoportunos), controle hierárquico, controle finalístico, controle interno.
Ex: A Corregedoria da Polícia Federal exerce controle interno sobre a conduta dos Papiloscopistas. Um laudo pericial com erro formal pode ser revisto e corrigido pelo próprio setor (autotutela) ou por determinação de um superior hierárquico.
6.2 Controle judicial.
Detalhe: Exercido pelo Poder Judiciário, para apreciar a legalidade e legitimidade dos atos. Não aprecia o mérito (conveniência e oportunidade), salvo ilegalidade.
Ex: Uma parte em um processo pode questionar judicialmente a validade de um laudo papiloscópico se houver indícios de que não foram seguidos os procedimentos legais ou técnicos adequados na sua elaboração.
6.3 Controle legislativo.
Detalhe: Exercido pelo Poder Legislativo, diretamente ou com auxílio dos Tribunais de Contas (TCU). Fiscaliza aspectos orçamentários, financeiros, patrimoniais e operacionais.
Ex: O TCU pode fiscalizar um contrato da Polícia Federal para aquisição de equipamentos de identificação biométrica, verificando a regularidade dos gastos e do processo licitatório.
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2.7. Responsabilidade civil do Estado.
Detalhe: Obrigação do Estado de reparar danos patrimoniais e morais causados a terceiros por seus agentes, no exercício de suas funções.
7.1 Responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro.
Detalhe: Adota-se, em regra, a teoria do risco administrativo (responsabilidade objetiva): o Estado responde independentemente de culpa do agente, bastando a conduta, o dano e o nexo causal.
Ex: Se um laudo papiloscópico emitido com erro grosseiro e injustificável por um Papiloscopista Policial Federal levar à prisão indevida de um cidadão, causando-lhe danos morais e materiais, o Estado pode ser responsabilizado objetivamente.
7.1.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado.
Detalhe: Decorrente de uma ação (um fazer) do agente público que causa dano.
Ex: A emissão de um laudo de identificação papiloscópica conclusivo e equivocado que resulta na acusação formal de um inocente.
7.1.2 Responsabilidade por omissão do Estado.
Detalhe: Decorrente de uma inação (um não fazer) do agente público quando havia o dever legal de agir. Pode ser subjetiva (culpa do serviço) ou objetiva (omissão específica).
Ex: Omissão específica: Falha injustificada do Papiloscopista em realizar um exame pericial essencial para a identificação de um corpo, retardando indevidamente a liberação para a família e causando angústia (pode gerar responsabilidade se comprovado o nexo e o dano).
7.2 Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado.
Detalhe: Para responsabilidade objetiva: a) conduta estatal (ação ou omissão específica); b) dano (material ou moral); c) nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Para responsabilidade subjetiva por omissão genérica, acrescenta-se a culpa do serviço.
Ex: Para que o Estado seja responsabilizado por um dano decorrente de um laudo papiloscópico, deve-se provar que o Papiloscopista agiu (ou se omitiu indevidamente) na qualidade de agente público, que houve um dano a terceiro, e que esse dano foi consequência direta da ação/omissão pericial.
7.3 Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado.
Detalhe: Excludentes: Culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, fato exclusivo de terceiro. Atenuantes: Culpa concorrente da vítima.
Ex: Se um erro em um laudo de identificação de um corpo ocorreu porque a família forneceu informações deliberadamente falsas que induziram o perito a erro (culpa exclusiva de terceiro ou da vítima indireta), a responsabilidade do Estado pode ser excluída.
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2.8. Regime jurídico‐administrativo.
Detalhe: Conjunto de prerrogativas e sujeições a que se submete a Administração Pública, visando o atendimento do interesse público.
8.1 Conceito.
Detalhe: É o conjunto de normas e princípios que regem a atuação da Administração Pública, conferindo-lhe poderes especiais (prerrogativas) para agir em nome do interesse coletivo, mas também impondo-lhe restrições e deveres (sujeições) para proteger os direitos dos cidadãos e garantir a probidade e eficiência.
Ex: A prerrogativa do Papiloscopista de ter acesso a locais de crime para coleta de vestígios é acompanhada da sujeição de seguir rigorosos protocolos de cadeia de custódia para garantir a validade da prova.
8.2 Princípios expressos e implícitos da Administração Pública.
Detalhe: Expressos (Art. 37, CF): Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (LIMPE). Implícitos (decorrentes do sistema): Supremacia do Interesse Público sobre o Particular, Indisponibilidade do Interesse Público, Autotutela, Razoabilidade, Proporcionalidade, Motivação, Segurança Jurídica, Continuidade do Serviço Público, entre outros.
Ex: Um Papiloscopista Policial Federal deve pautar sua conduta pela legalidade (só realizar perícias requisitadas e dentro de sua atribuição), impessoalidade (não favorecer nem prejudicar partes), moralidade (agir com ética e isenção), eficiência (buscar a melhor técnica para identificação com os recursos disponíveis) e publicidade (seus laudos, via de regra, se tornarão públicos no processo, ressalvado o sigilo legal). A motivação de suas conclusões periciais é fundamental.
3. NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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3.1. Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos.
Detalhe: Estudo do Título II da Constituição Federal (Dos Direitos e Garantias Fundamentais). Abrange a compreensão dos direitos básicos do cidadão (art. 5º - inviolabilidade do domicílio, sigilo de dados com ressalvas legais, direito à identificação civil) e os instrumentos para sua proteção, bem como direitos sociais, de nacionalidade e políticos.
Ex: Um Papiloscopista Policial Federal, ao participar de uma busca e apreensão para coletar objetos que possam conter impressões digitais, deve observar o mandado judicial e o respeito à inviolabilidade do domicílio (art. 5º, XI, CF). O direito à identificação civil (art. 5º, LVIII) é central em sua atividade, mas sempre respeitando a dignidade da pessoa humana.
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3.2. Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de governo.
Detalhe: Análise da estrutura e funcionamento do Poder Executivo Federal (arts. 76 a 91 da CF). Forma de Governo: República. Sistema de Governo: Presidencialismo. Distinção entre Chefia de Estado e Chefia de Governo, ambas exercidas pelo Presidente da República.
Ex: A Polícia Federal, incluindo seus Papiloscopistas, integra a estrutura do Poder Executivo Federal, subordinada ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, que por sua vez responde ao Presidente da República, Chefe de Governo e de Estado.
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3.3. Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública.
Detalhe: Estudo do Título V, Capítulo III (Da Segurança Pública - art. 144 da CF). A Segurança Pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. Identificação dos órgãos que compõem a segurança pública e suas atribuições, com destaque para a Polícia Federal.
Ex: O Papiloscopista Policial Federal é um agente da segurança pública (art. 144, §1º, CF), cuja atuação na identificação humana (autores de crimes, vítimas, desaparecidos) é crucial para a apuração de infrações penais de competência federal e para a manutenção da ordem pública e defesa das instituições.
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3.4. Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; meio ambiente; família, criança, adolescente, idoso, indígenas.
Detalhe: Estudo do Título VIII da CF (Da Ordem Social). Base: primado do trabalho. Objetivos: bem-estar e justiça sociais. Temas como Seguridade Social, Meio Ambiente, proteção à Família, Criança, Adolescente, Idoso e Índios.
Ex: A atuação do Papiloscopista na identificação de vítimas de desastres ou de crianças desaparecidas (em cooperação com outros órgãos) contribui para a efetivação de direitos ligados à ordem social, como a proteção à criança e ao adolescente (art. 227, CF) ou o direito à identificação para fins de seguridade social (ex: pensão por morte).
4. NOÇÕES DE DIREITO PENAL E DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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4.1. Princípios básicos.
Detalhe: Noções fundamentais que orientam o Direito Penal (legalidade, anterioridade, lesividade, culpabilidade, etc.) e o Direito Processual Penal (devido processo legal, contraditório, ampla defesa, juiz natural, presunção de inocência, cadeia de custódia da prova).
Ex: O princípio da cadeia de custódia da prova (CPP, art. 158-A e seguintes) é vital para o Papiloscopista, que deve assegurar a idoneidade dos vestígios papilares coletados desde o local do crime até a elaboração do laudo, garantindo sua validade processual.
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4.2. Aplicação da lei penal.
Detalhe: Regras sobre a vigência e incidência da lei penal no tempo e no espaço.
2.1 A lei penal no tempo e no espaço.
Detalhe: Lei penal no tempo: "Tempus regit actum". Retroatividade da lei penal mais benéfica. Lei penal no espaço: Territorialidade e exceções como extraterritorialidade.
Ex: Se um crime de falsificação de documento, onde a perícia papiloscópica é relevante, tem sua pena alterada por lei nova, o Papiloscopista não define a lei aplicável, mas seu laudo sobre a materialidade do fato (ocorrido sob a lei antiga ou nova) será usado pelo Judiciário considerando essas regras.
2.2 Tempo e lugar do crime.
Detalhe: Tempo do crime (Art. 4º CP): Teoria da Atividade. Lugar do crime (Art. 6º CP): Teoria da Ubiquidade (ou mista).
Ex: Em um crime de falsificação de passaporte (competência federal) iniciado no Brasil com a coleta de dados biométricos e finalizado no exterior com a impressão do documento falso, o lugar do crime pode ser tanto o Brasil quanto o exterior, o que pode influenciar a requisição de perícias papiloscópicas ou a cooperação internacional.
2.3 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal.
Detalhe: Territorialidade (Art. 5º CP): Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no território nacional. Extraterritorialidade (Art. 7º CP): Casos em que a lei brasileira se aplica a crimes cometidos fora do território nacional.
Ex: Um crime de tráfico internacional de pessoas onde a identificação das vítimas ou dos traficantes dependa de exames papiloscópicos pode envolver a aplicação da lei penal brasileira mesmo que parte dos atos ocorra no exterior, demandando cooperação para coleta de padrões ou dados biométricos.
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4.3. O fato típico e seus elementos.
Detalhe: Elementos do fato típico: conduta, resultado (nos crimes materiais), nexo de causalidade e tipicidade. A perícia papiloscópica contribui para a prova da materialidade e, indiretamente, da autoria.
3.1 Crime consumado e tentado.
Detalhe: Crime consumado (Art. 14, I, CP): Reúne todos os elementos de sua definição legal. Crime tentado (Art. 14, II, CP): Iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Ex: Em uma tentativa de furto a um caixa eletrônico, se o criminoso deixa impressões digitais no local antes de ser interrompido, o laudo papiloscópico pode auxiliar na vinculação do suspeito ao fato tentado.
3.2 Ilicitude e causas de exclusão.
Detalhe: Ilicitude é a contrariedade do fato típico ao ordenamento. Causas de exclusão da ilicitude (Art. 23 CP): Estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito.
Ex: A coleta de impressões digitais de um indivíduo detido, realizada pelo Papiloscopista conforme os protocolos legais, não configura lesão corporal ou constrangimento ilegal, pois está amparada pelo estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito (identificação para fins de investigação).
3.3 Excesso punível.
Detalhe: Ocorre quando o agente, embora inicialmente amparado por uma causa de exclusão de ilicitude, excede dolosa ou culposamente os limites. O agente responde pelo excesso.
Ex: Se, durante a contenção de um indivíduo para coleta de impressões digitais (ato inicialmente legítimo), houver uso excessivo e desnecessário de força que cause lesões, pode-se configurar excesso punível, ainda que a coleta em si seja devida.
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4.4. Crimes contra a pessoa.
Detalhe: Arts. 121 a 154-B do CP. Homicídio, lesões corporais, crimes contra a honra, etc. A identificação de vítimas e autores é fundamental.
Ex: Em um caso de homicídio de competência federal, o Papiloscopista atua na identificação necropapiloscópica da vítima e na busca por impressões do autor no local do crime ou em objetos relacionados.
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4.5. Crimes contra o patrimônio.
Detalhe: Arts. 155 a 183 do CP. Furto, roubo, extorsão, estelionato (inclusive documental), etc., quando de competência federal. A perícia papiloscópica é frequentemente crucial.
Ex: Em um roubo a uma agência dos Correios, o Papiloscopista busca e coleta impressões digitais latentes em balcões, cofres, documentos manuseados pelos criminosos, visando à identificação dos autores.
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4.6. Crimes contra a fé pública.
Detalhe: Arts. 289 a 311-A do CP. Moeda falsa, falsificação de documento público/particular, falsidade ideológica, uso de documento falso. A análise de impressões em documentos é uma área de atuação.
Ex: O Papiloscopista pode ser chamado a periciar documentos de identidade federais (passaportes, RGs quando há suspeita de fraude interestadual com repercussão) em busca de impressões digitais do falsário ou para verificar a autenticidade da impressão digital aposta no documento comparando-a com padrões.
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4.7. Crimes contra a Administração Pública.
Detalhe: Arts. 312 a 359-H do CP. Praticados por funcionário público (peculato, corrupção passiva) ou por particular (corrupção ativa, desacato). A identificação de pessoas envolvidas pode requerer perícia.
Ex: Em uma investigação de corrupção onde documentos foram manuseados para fraudar um processo licitatório na esfera federal, o Papiloscopista pode buscar impressões digitais nesses documentos para identificar os envolvidos.
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4.8. Inquérito policial.
Detalhe: Procedimento administrativo investigatório presidido pela autoridade policial para apurar infração penal e autoria. O laudo papiloscópico é uma peça importante do inquérito.
8.1 Histórico, natureza, conceito, finalidade, características, fundamento, titularidade, grau de cognição, valor probatório, formas de instauração, notitia criminis, delatio criminis, procedimentos investigativos, indiciamento, garantias do investigado; conclusão.
Detalhe: O Papiloscopista atua como perito oficial (ou perito ad hoc, se nomeado) fornecendo subsídios técnicos (laudos) para o inquérito, que é inquisitivo e visa colher elementos de informação. O laudo papiloscópico tem alto valor probatório.
Ex: O Delegado de Polícia Federal instaura um inquérito por portaria e requisita ao setor de papiloscopia o confronto de impressões digitais coletadas em um local de crime com os padrões de um suspeito. O laudo resultante será juntado aos autos do inquérito.
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4.9. Prova.
Detalhe: Elementos que demonstram a veracidade de um fato. A perícia papiloscópica é um meio de prova técnico-científica.
9.1 Preservação de local de crime.
Detalhe: Conjunto de medidas para manter o local inalterado até a chegada da perícia, garantindo a integridade dos vestígios, incluindo impressões papilares latentes.
Ex: O Papiloscopista, ao chegar a um local de crime federal isolado, orienta sobre a importância de não tocar em superfícies polidas ou objetos que possam conter impressões digitais, garantindo a qualidade dos vestígios a serem revelados e coletados.
9.2 Requisitos e ônus da prova.
Detalhe: Requisitos: Pertinência, relevância, legalidade. Ônus da prova: Cabe à acusação. A defesa pode apresentar contraprovas. A perícia papiloscópica deve ser obtida por meios lícitos.
Ex: Um laudo papiloscópico só é pertinente se relacionado ao fato investigado. A coleta de impressões digitais deve respeitar os direitos fundamentais do suspeito para ser considerada prova lícita.
9.3 Nulidade da prova.
Detalhe: Provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis. A ilicitude pode contaminar as provas dela derivadas (teoria dos frutos da árvore envenenada).
Ex: Se um padrão de impressão digital de um suspeito for coletado mediante tortura (prova ilícita), um laudo de confronto que utilize esse padrão poderá ser considerado nulo, assim como as provas que dele derivarem diretamente.
9.4 Documentos de prova.
Detalhe: Instrumentos escritos ou gravados que demonstram um fato. O laudo papiloscópico é um documento de prova fundamental, assim como as fotografias dos locais e dos vestígios coletados.
Ex: O Papiloscopista produz o laudo pericial papiloscópico, que é um documento de prova, e também pode gerar outros documentos como croquis da localização das impressões e fotografias detalhadas das minúcias analisadas.
9.5 Reconhecimento de pessoas e coisas.
Detalhe: Procedimento formal (Art. 226 CPP) para identificação. A identificação papiloscópica é uma forma técnica e objetiva de reconhecimento de pessoas.
Ex: Embora o reconhecimento fotográfico ou pessoal seja um meio de prova, a identificação de um indivíduo por meio de suas impressões digitais (confronto papiloscópico positivo) é uma prova técnica de reconhecimento com alto grau de certeza científica.
9.6 Acareação.
Detalhe: Ato processual (Art. 229 CPP) para confrontar pessoas com declarações divergentes. Não se aplica diretamente à atividade pericial do papiloscopista, mas ele pode ser chamado a esclarecer seu laudo em juízo se houver divergência com outra perícia, por exemplo.
Ex: Se dois peritos papiloscopistas (um oficial e um assistente técnico da defesa) chegam a conclusões divergentes sobre um mesmo confronto de impressões, o juiz pode determinar que ambos prestem esclarecimentos, o que pode se assemelhar a uma "acareação técnica".
9.7 Indícios.
Detalhe: Circunstância conhecida e provada que autoriza concluir-se a existência de outra (Art. 239 CPP). A presença da impressão digital de um suspeito na arma de um crime é um forte indício de sua participação.
Ex: A constatação, via laudo papiloscópico, de que a impressão digital encontrada na maçaneta interna de um cofre arrombado pertence a um suspeito é um indício de que ele esteve no local e teve contato com o cofre.
9.8 Busca e apreensão.
Detalhe: Diligência para procurar e recolher pessoas ou coisas que interessem à investigação. O Papiloscopista pode participar para coletar vestígios papilares em objetos apreendidos ou no local da busca.
Ex: Durante uma busca e apreensão na residência de um investigado por tráfico de drogas, o Papiloscopista pode ser acionado para buscar e coletar impressões digitais em embalagens de drogas, armas ou outros objetos que possam vincular o suspeito ao material ilícito.
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4.10. Restrição de liberdade.
Detalhe: Medidas que limitam o direito de ir e vir, como prisões cautelares. A identificação correta do preso é essencial.
10.1 Prisão em flagrante.
Detalhe: Captura de quem é surpreendido cometendo infração penal (Arts. 301 a 310 CPP). O Papiloscopista é responsável pela identificação criminal (coleta de impressões digitais, fotografia, etc.) do preso em flagrante, se necessário, para confirmar sua identidade ou para fins de registro.
Ex: Um indivíduo é preso em flagrante por tráfico de drogas e não porta documentos. O Papiloscopista Policial Federal é chamado para realizar a coleta de suas impressões digitais para pesquisa em sistemas biométricos (AFIS) a fim de confirmar sua identidade ou verificar se há mandados de prisão pendentes em outros nomes.
5. DIREITOS HUMANOS
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5.1. Direitos humanos na Constituição Federal de 1988.
Detalhe: Análise dos dispositivos constitucionais que consagram os direitos humanos, especialmente o art. 5º. Relevante para a atuação do Papiloscopista no que tange à identificação de pessoas, garantindo a dignidade e evitando discriminação ou tratamento degradante durante a coleta de dados biométricos.
Ex: Ao coletar impressões digitais de um detido, o Papiloscopista deve observar o direito à integridade física e moral (art. 5º, III e XLIX, CF), tratando o indivíduo com respeito e urbanidade, e garantindo que o procedimento de identificação não seja vexatório.
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5.2. Sistema internacional de proteção dos direitos humanos.
Detalhe: Compreensão da estrutura de proteção dos direitos humanos em âmbito global (ONU) e regional (OEA). Conhecimento dos principais tratados e órgãos de monitoramento, que podem ter implicações sobre os métodos de identificação e o tratamento de dados biométricos.
Ex: O Brasil, sendo signatário de tratados internacionais de Direitos Humanos, deve assegurar que os procedimentos de identificação papiloscópica e o armazenamento de dados biométricos respeitem o direito à privacidade e à não discriminação, conforme padrões internacionais.
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5.3. Convenção para a Prevenção e Punição ao Crime de Genocídio.
Detalhe: Define genocídio e obriga os Estados a preveni-lo e puni-lo. A identificação de vítimas em contextos de genocídio pode ser uma tarefa complexa e sensível para Papiloscopistas.
Ex: Em investigações de crimes que possam configurar genocídio, a identificação papiloscópica de vítimas em valas comuns ou de desaparecidos é um trabalho crucial do Papiloscopista para a busca da verdade e responsabilização dos autores, respeitando a dignidade póstuma.
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5.4. Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados. Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados.
Detalhe: Define quem é refugiado, seus direitos e os deveres dos Estados signatários. A Polícia Federal atua na identificação de solicitantes de refúgio, e o Papiloscopista pode ser envolvido na verificação de identidade ou documentos.
Ex: Um Papiloscopista pode auxiliar na verificação da autenticidade de documentos de identidade apresentados por solicitantes de refúgio ou na coleta de dados biométricos para fins de registro e identificação, sempre observando o princípio do "non-refoulement" e a proteção dos dados sensíveis.
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5.5. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
Detalhe: Condena a discriminação racial e compromete os Estados a eliminá-la. O Papiloscopista deve atuar de forma imparcial, sem qualquer tipo de discriminação em seus procedimentos de identificação.
Ex: Ao realizar a identificação criminal de indivíduos, o Papiloscopista deve tratar todas as pessoas com igualdade, independentemente de sua raça ou etnia, focando apenas nos aspectos técnicos da coleta e análise de impressões.
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5.6. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.
Detalhe: Visa garantir a igualdade de gênero. Em procedimentos de identificação, especialmente de vítimas, o Papiloscopista deve agir com sensibilidade e respeito.
Ex: Na identificação de vítimas de tráfico de mulheres, o Papiloscopista, ao coletar dados biométricos ou analisar documentos, deve fazê-lo de maneira a não revitimizar, assegurando um tratamento digno e respeitoso, preferencialmente por profissional do mesmo sexo, se solicitado e possível.
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5.7. Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
Detalhe: Define tortura e obriga os Estados a criminalizá-la, preveni-la e punir os torturadores. A coleta de dados biométricos jamais pode envolver qualquer forma de coação física ou psicológica.
Ex: A coleta de impressões digitais para identificação criminal deve ser realizada sem qualquer forma de violência, ameaça ou constrangimento. Qualquer alegação de tortura para obtenção de confissão ou dados deve ser rigorosamente apurada, e o Papiloscopista deve se abster de usar padrões obtidos sob tais circunstâncias, se delas tiver conhecimento.
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5.8. Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento Forçado.
Detalhe: Define o desaparecimento forçado e estabelece obrigações para os Estados. A identificação de pessoas desaparecidas é uma das aplicações da papiloscopia.
Ex: O Papiloscopista desempenha um papel vital na busca e identificação de pessoas desaparecidas, utilizando bancos de dados biométricos nacionais e internacionais para confrontar impressões de pessoas não identificadas encontradas ou de restos mortais.
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5.9. Regras mínimas da ONU para o tratamento de pessoas presas.
Detalhe: "Regras de Mandela", estabelecem padrões para o tratamento de presos. Isso inclui o processo de identificação, que deve ser conduzido com respeito.
Ex: Durante o procedimento de identificação criminal de uma pessoa presa, o Papiloscopista deve assegurar que as condições (iluminação, higiene do material de coleta) sejam adequadas e que o tratamento dispensado ao indivíduo esteja em conformidade com as Regras de Mandela, garantindo sua dignidade.
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5.10. Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo (adotado pelo 8º Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, em Havana, Cuba, de 27 de agosto a 07 de setembro de 1990).
Detalhe: Diretrizes para que o uso da força seja estritamente necessário e proporcional. Embora o Papiloscopista não seja primariamente um agente de uso da força, ele atua em um contexto policial.
Ex: Em uma situação de grande tumulto ou resistência onde o Papiloscopista precise realizar a coleta de impressões em local de crime ou de um suspeito relutante (com apoio de outros policiais), ele deve estar ciente dos limites do uso da força pelos colegas para garantir a segurança e a legalidade do procedimento.
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5.11. Lei nº 13.060, de 22 de dezembro de 2014 - Disciplina o uso dos instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, em todo o território nacional.
Detalhe: Prioriza o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo (IMPO). O Papiloscopista deve conhecer esta lei no contexto geral da atuação policial.
Ex: Se o Papiloscopista estiver presente em uma operação onde seja necessário o uso de IMPO para conter um distúrbio e permitir o trabalho pericial, ele deve estar ciente da legalidade e dos protocolos que regem tal uso pelos agentes de segurança.
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5.12. Decreto nº 12.341, de 23 de dezembro de 2024 - Regulamenta a Lei nº 13.060, de 22 de dezembro de 2014, para disciplinar o uso da força e dos instrumentos de menor potencial ofensivo pelos profissionais de segurança pública.
Detalhe: Detalha procedimentos e diretrizes para o uso da força e IMPO. (Nota: A data do decreto é futura, conforme fornecido no conteúdo programático).
Ex: O Papiloscopista, como parte da equipe policial, deve conhecer as diretrizes deste decreto sobre a progressão do uso da força, mesmo que sua função principal não seja o emprego direto desses instrumentos, para entender o contexto operacional e legal das ações em que participa ou presencia.
6. LEGISLAÇÃO ESPECIAL
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6.1. Lei 14.967/2024 (Estatuto da Segurança Privada e da Segurança das Instituições Financeiras).
Detalhe: Dispõe sobre atividades de segurança privada e segurança de estabelecimentos financeiros. A PF tem atribuições de fiscalização, podendo envolver a verificação de documentos ou identificação de pessoas. (Nota: A data da lei é futura, conforme fornecido no conteúdo programático).
Ex: Em fiscalizações da PF em empresas de segurança privada, o Papiloscopista pode ser chamado para verificar a autenticidade de documentos de identificação de vigilantes ou para coletar impressões em caso de suspeita de fraude cadastral, conforme as novas regras do estatuto.
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6.2. Lei nº 10.357/2001 (Normas de controle e fiscalização de produtos químicos).
Detalhe: Controle pela PF de produtos químicos que possam ser usados na elaboração de drogas. Indiretamente, investigações sobre laboratórios de drogas podem gerar locais de crime para perícia papiloscópica.
Ex: Em uma operação de desmantelamento de um laboratório de refino de cocaína, o Papiloscopista pode ser acionado para buscar impressões digitais em recipientes de produtos químicos controlados, visando identificar os manipuladores.
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6.3. Lei nº 13.445/2017 (Lei de Migração).
Detalhe: Regula a entrada e estada de migrantes e visitantes. A PF atua no controle migratório, incluindo a identificação biométrica de estrangeiros.
Ex: O Papiloscopista Policial Federal é peça chave nos postos de imigração e na sede da PF para a coleta de impressões digitais e faciais de estrangeiros para fins de registro, emissão de documentos (Registro Nacional Migratório) e verificação de alertas internacionais via sistemas como o da Interpol.
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6.4. Lei nº 11.343/2006 (normas de repressão ao tráfico ilícito de drogas) e suas alterações (aspectos penais e processuais penais).
Detalhe: Lei de Drogas. A perícia papiloscópica é frequentemente utilizada para identificar traficantes através de impressões em embalagens de drogas, veículos, etc.
Ex: Em uma apreensão de grande quantidade de drogas, o Papiloscopista examina as embalagens, tabletes e qualquer objeto associado em busca de impressões digitais que possam levar à identificação dos responsáveis pelo transporte ou preparo da substância ilícita.
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6.5. Lei nº 9.455/1997 (crimes de tortura) e suas alterações (aspectos penais e processuais penais).
Detalhe: Define e pune o crime de tortura. O Papiloscopista deve estar ciente de que qualquer informação ou padrão biométrico obtido sob tortura é ilegal.
Ex: Se houver uma denúncia de que um suspeito foi torturado para fornecer suas impressões digitais, o Papiloscopista que tiver acesso a essa informação deve comunicá-la à autoridade competente, pois tal prova seria ilícita e não deveria constar em seu laudo como padrão válido.
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6.6. Lei nº 8.069/1990 (ECA) e suas alterações (aspectos penais e processuais penais).
Detalhe: Estatuto da Criança e do Adolescente. A PF pode atuar em crimes federais envolvendo menores, e a identificação (de vítimas ou autores adolescentes) segue protocolos especiais.
Ex: Na investigação de uma rede de exploração sexual infantojuvenil com atuação interestadual ou internacional, o Papiloscopista pode ser chamado para identificar vítimas ou analisar objetos para encontrar impressões de suspeitos, sempre com o cuidado e as restrições que o ECA impõe ao lidar com menores.
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6.7. Lei nº 10.826/2003 (Normas sobre registro, posse e comercialização de arma de fogo) e suas alterações (aspectos penais e processuais penais).
Detalhe: Estatuto do Desarmamento. A PF investiga tráfico internacional de armas e outros crimes relacionados. Impressões digitais em armas são vestígios importantes.
Ex: O Papiloscopista examina armas de fogo apreendidas em operações contra o tráfico internacional ou em cenas de crimes federais, buscando impressões digitais que possam identificar quem manuseou a arma.
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6.8. Lei nº 9.605/1998 (infrações ambientais) e suas alterações (aspectos penais e processuais penais).
Detalhe: Lei de Crimes Ambientais. A PF atua em crimes ambientais de competência federal. Impressões podem ser encontradas em ferramentas, veículos ou locais.
Ex: Em uma investigação de extração ilegal de madeira em terra indígena, o Papiloscopista pode buscar impressões digitais em motosserras, caminhões abandonados ou acampamentos clandestinos para identificar os autores do crime ambiental.
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6.9. Lei nº 10.446/2002 (infrações de repercussão interestadual ou internacional) e suas alterações.
Detalhe: Dispõe sobre infrações penais que exijam repressão uniforme e podem ser investigadas pela PF. A identificação dos envolvidos é crucial.
Ex: Em casos de grandes roubos a bancos com atuação de quadrilhas interestaduais, onde a PF é acionada, o Papiloscopista pode ser fundamental na análise de locais de crime e objetos para identificar membros da organização criminosa por meio de suas impressões digitais.
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6.10. Lei nº 13.444/2017 (identificação Civil Nacional).
Detalhe: Dispõe sobre a Identificação Civil Nacional (ICN), utilizando o CPF como base. Relevante para a atividade de identificação do Papiloscopista.
Ex: O Papiloscopista, ao realizar uma identificação, utilizará sistemas que já se baseiam ou se integrarão à ICN, visando uma identificação unificada e mais segura dos cidadãos brasileiros, confrontando dados biométricos com o registro civil.
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6.11. Lei nº 14.534/2023 (adota CPF como nº identificação).
Detalhe: Estabelece o CPF como número único e suficiente para identificação do cidadão nos bancos de dados de serviços públicos.
Ex: Ao realizar uma consulta em sistemas de identificação, o Papiloscopista utilizará o CPF como chave principal para buscar informações sobre um indivíduo, o que facilita a integração entre diferentes bases de dados (criminais, civis, etc.).
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6.12. Lei nº 7.116/1983 (Carteira de Identidade) e Decreto nº 10.977/2022 (regulamenta a Lei nº 7.116/1983).
Detalhe: A Lei nº 7.116/83 assegura validade nacional às Carteiras de Identidade. O Decreto nº 10.977/2022 regulamenta a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), com CPF como número de registro e unificação de modelo.
Ex: O Papiloscopista pode ser chamado a analisar a autenticidade de uma CIN, verificando seus elementos de segurança e a correspondência da impressão digital nela contida (ou do QR Code que leva aos dados biométricos) com o portador.
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6.13. Decreto nº 11.797/2023 (serviço de identificação do cidadão).
Detalhe: Institui o serviço de identificação do cidadão, integrando dados da CIN à Plataforma Gov.br, visando unificar e facilitar o acesso a serviços e identificação digital.
Ex: O Papiloscopista deve estar ciente de que os dados biométricos coletados e gerenciados pela PF são fundamentais para a plataforma Gov.br e para o serviço de identificação do cidadão, impactando a forma como as identidades são verificadas digitalmente.
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6.14. Lei nº 9.545/1997 (institui o número único de registro de identidade civil).
Detalhe: Esta lei alterou a Lei nº 7.116/83, reforçando a validade nacional do RG. A ideia de número único se concretiza mais com a adoção do CPF pela Lei nº 14.534/2023 e a CIN.
Ex: O conhecimento dessa lei ajuda o Papiloscopista a entender a evolução histórica da legislação sobre identificação civil no Brasil e a importância da padronização e integração dos sistemas de identificação.
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6.15. Decreto nº 11.491/2023 (Convenção sobre o Crime Cibernético).
Detalhe: Promulga a Convenção de Budapeste, visando harmonizar legislações sobre crimes eletrônicos e prever cooperação internacional. A identificação de cibercriminosos pode, em alguns casos, envolver a busca por impressões em dispositivos físicos apreendidos.
Ex: Em uma investigação de crime cibernético com cooperação internacional, se um dispositivo (como um laptop usado para ataques) for apreendido, o Papiloscopista poderá ser acionado para tentar revelar e coletar impressões digitais nesse dispositivo, contribuindo para a identificação do usuário.
7. ESTATÍSTICA
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7.1. Estatística descritiva e análise exploratória de dados: gráficos, diagramas, tabelas, medidas descritivas (posição, dispersão, assimetria e curtose).
Detalhe: Métodos para organizar, resumir e apresentar dados. Inclui a criação de representações visuais e o cálculo de medidas que descrevem as características centrais, a variabilidade e a forma da distribuição dos dados.
Ex: Um Papiloscopista pode usar estatística descritiva para analisar a frequência de diferentes tipos de padrões de impressões digitais (arco, presilha, verticilo) em um banco de dados, ou para calcular a média e o desvio padrão do número de minúcias encontradas em fragmentos de impressões digitais coletados em locais de crime.
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7.2. Probabilidade.
Detalhe: Estudo da incerteza e da chance de ocorrência de eventos. Envolve conceitos fundamentais, cálculo de probabilidades, variáveis aleatórias e suas distribuições.
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2.1. Probabilidade e Probabilidade Condicional.
Detalhe: Conceitos iniciais de probabilidade e a noção de probabilidade de um evento ocorrer dado que outro evento já ocorreu.
Ex: Calcular a probabilidade de uma impressão latente ser identificável (P(Identificável)) e, em seguida, a probabilidade de ser do suspeito dado que é identificável (P(Suspeito|Identificável)).
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2.2. Conceitos básicos de probabilidade.
Detalhe: Espaço amostral, eventos, operações com eventos (união, interseção, complementar).
Ex: Definir o espaço amostral dos tipos de padrões de impressões digitais e calcular a probabilidade de encontrar um padrão específico (evento) em uma amostra aleatória.
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2.3. Cálculo de probabilidades condicionais.
Detalhe: Fórmula P(A|B) = P(A ∩ B) / P(B). Aplicações em situações onde a ocorrência de um evento afeta a probabilidade de outro.
Ex: Se 5% das impressões em um banco de dados são do tipo "arco" e 2% são "arco com cicatriz", qual a probabilidade de uma impressão ser "com cicatriz" dado que ela é do tipo "arco"?
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2.4. Definições básicas e axiomas.
Detalhe: Fundamentos matemáticos da probabilidade, incluindo os axiomas de Kolmogorov.
Ex: Compreender que a probabilidade de encontrar uma determinada minúcia em uma posição específica da impressão digital está entre 0 e 1, e que a soma das probabilidades de todos os tipos de minúcias possíveis (mutuamente exclusivos) é 1.
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2.5. Probabilidade condicional e independência.
Detalhe: Quando a ocorrência de um evento não altera a probabilidade de outro (independência: P(A|B) = P(A)).
Ex: Avaliar se a presença de uma minúcia do tipo "bifurcação" em uma região da digital é independente da presença de uma "ilha" em outra região, para modelos de probabilidade de ocorrência de minúcias.
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2.6. Variáveis aleatórias discretas e contínuas.
Detalhe: Variáveis que assumem valores numéricos resultantes de fenômenos aleatórios. Discretas (contáveis, ex: número de minúcias) e contínuas (intervalos, ex: medida de uma crista papilar).
Ex: O número de minúcias coincidentes entre uma impressão latente e uma padrão é uma variável aleatória discreta. A largura de uma crista papilar em uma imagem digitalizada é uma variável aleatória contínua.
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2.7. Distribuição de probabilidades.
Detalhe: Descreve como as probabilidades se distribuem entre os possíveis valores de uma variável aleatória.
Ex: Estudar a distribuição de probabilidade do número de pontos característicos (minúcias) em impressões digitais de uma população para estabelecer limiares de identificação.
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2.8. Função de probabilidade.
Detalhe: Para variáveis discretas, P(X=x), associa uma probabilidade a cada valor possível da variável.
Ex: Se X é o número de deltas em uma impressão digital (0, 1 ou 2 para os tipos básicos), a função de probabilidade daria P(X=0), P(X=1), P(X=2) com base na frequência populacional de arcos, presilhas e verticilos.
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2.9. Função densidade de probabilidade.
Detalhe: Para variáveis contínuas, f(x), onde a área sob a curva em um intervalo dá a probabilidade da variável cair nesse intervalo.
Ex: Modelar a distribuição das distâncias entre minúcias adjacentes usando uma função densidade de probabilidade para avaliar a raridade de uma configuração específica.
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2.10. Esperança e momentos.
Detalhe: Esperança (média ou valor esperado) de uma variável aleatória. Momentos descrevem características da distribuição (variância, assimetria, curtose).
Ex: Calcular o número esperado de minúcias em uma área específica de uma impressão digital com base em um modelo probabilístico, ou a variância dessa contagem.
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2.11. Distribuições especiais.
Detalhe: Estudo de distribuições como Binomial, Poisson, Normal, Exponencial, etc., e suas aplicações.
Ex: Usar a distribuição Binomial para modelar o número de sucessos (ex: minúcias coincidentes) em 'n' comparações independentes, ou a Normal para aproximar a distribuição de medidas biométricas.
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2.12. Distribuições condicionais e independência.
Detalhe: Aprofundamento da relação entre variáveis aleatórias, como a distribuição de X dado Y, e a independência entre elas.
Ex: Analisar se a distribuição do tipo de padrão de uma impressão digital (X) é independente da presença de uma cicatriz (Y) nessa impressão.
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2.13. Transformação de variáveis.
Detalhe: Encontrar a distribuição de uma nova variável que é função de outra variável aleatória com distribuição conhecida.
Ex: Se a qualidade de uma imagem de impressão digital (Q) segue uma distribuição, e o tempo de análise (T) é uma função de Q (T=g(Q)), determinar a distribuição de T.
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2.14. Leis dos grandes números.
Detalhe: Teoremas que descrevem a convergência da média amostral para a média populacional à medida que o tamanho da amostra aumenta.
Ex: A frequência relativa de um tipo de minúcia em um grande banco de dados de impressões digitais (média amostral) tenderá à sua probabilidade real de ocorrência na população (média populacional).
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2.15. Teorema central do limite.
Detalhe: Afirma que a distribuição da média amostral de um grande número de variáveis aleatórias independentes e identicamente distribuídas aproxima-se de uma distribuição Normal, independentemente da distribuição original.
Ex: Mesmo que a distribuição do número de minúcias por impressão digital não seja Normal, a média do número de minúcias de várias amostras grandes de impressões tenderá a seguir uma distribuição Normal, o que é útil para inferências.
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2.16. Amostras aleatórias.
Detalhe: Coleta de um subconjunto representativo de uma população para inferir características da população.
Ex: Selecionar aleatoriamente um conjunto de laudos papiloscópicos para auditoria de qualidade, garantindo que a amostra seja representativa do trabalho do setor.
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2.17. Distribuições amostrais.
Detalhe: Distribuição de uma estatística amostral (ex: média amostral, proporção amostral) calculada a partir de múltiplas amostras.
Ex: Estudar a distribuição das taxas de erro de identificação em diferentes amostras de casos para estimar a taxa de erro geral do sistema AFIS.
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2.18. Independência de Eventos, Regra de Bayes e Teorema da Probabilidade Total.
Detalhe: Eventos são independentes se a ocorrência de um não afeta a do outro. Regra de Bayes atualiza a probabilidade de uma hipótese dada nova evidência. Teorema da Probabilidade Total calcula a probabilidade de um evento considerando todas as partições do espaço amostral.
Ex: (Regra de Bayes) Dada uma impressão latente, qual a probabilidade de ela pertencer ao suspeito, após observar a concordância de 10 minúcias, considerando a probabilidade prévia e a probabilidade de tal concordância se a impressão for do suspeito versus se não for?
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2.19. Conceito de independência.
Detalhe: Formalização de P(A ∩ B) = P(A)P(B) para eventos independentes.
Ex: Em um modelo simplificado, assumir que a ocorrência de uma minúcia em uma posição é independente da ocorrência de outra em uma posição distante para calcular a probabilidade combinada de uma configuração.
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2.20. Aplicação da regra de Bayes.
Detalhe: Uso prático para atualizar crenças. P(H|E) = [P(E|H) * P(H)] / P(E).
Ex: Se um sistema AFIS retorna um candidato com um certo score (Evidência E), a Regra de Bayes pode ser usada para atualizar a probabilidade de que este candidato seja a fonte da impressão (Hipótese H), com base na performance histórica do sistema.
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2.21. Uso do teorema da probabilidade total.
Detalhe: Calcular P(A) somando P(A|Bi)P(Bi) sobre todas as partições Bi.
Ex: Calcular a probabilidade geral de uma identificação correta, considerando as probabilidades de identificação correta para diferentes qualidades de impressões (baixa, média, alta) e a proporção de cada qualidade no acervo.
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2.22. Variáveis Aleatórias e Funções de Probabilidade.
Detalhe: Mapeamento de resultados de um experimento aleatório para números, e a descrição de como as probabilidades são atribuídas a esses números.
- 2.22.1. Definição e exemplos de variáveis aleatórias.
- 2.22.2. Função de probabilidade (para variáveis discretas) e função densidade de probabilidade (para variáveis contínuas).
Detalhe: Variável cujo valor é um resultado numérico de um fenômeno aleatório.
Ex: X = número de minúcias coincidentes em um confronto (discreta). Y = tempo para processar uma impressão (contínua).
Detalhe: Descrevem a distribuição de probabilidade de variáveis aleatórias.
Ex: Para X (número de minúcias): P(X=10). Para Y (tempo): f(y) tal que a integral de a até b de f(y)dy é P(a ≤ Y ≤ b).
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2.23. Principais Distribuições de Probabilidade Discretas e Contínuas.
Detalhe: Modelos teóricos para descrever a probabilidade de ocorrência de diferentes resultados.
- 2.23.1. Distribuição uniforme.
- 2.23.2. Distribuição de Bernoulli.
- 2.23.3. Distribuição binomial.
- 2.23.4. Distribuição normal.
Detalhe: Todos os resultados em um intervalo têm a mesma probabilidade.
Ex: Se a posição angular de uma minúcia em torno de um núcleo é completamente aleatória, poderia ser modelada por uma distribuição uniforme contínua de 0 a 360 graus (em um modelo simplificado).
Detalhe: Para um único ensaio com dois resultados (sucesso/fracasso).
Ex: Uma única comparação de minúcia resulta em "coincidente" (sucesso) ou "não coincidente" (fracasso).
Detalhe: Número de sucessos em 'n' ensaios de Bernoulli independentes.
Ex: O número de minúcias coincidentes em 12 comparações independentes, onde cada uma tem uma probabilidade 'p' de ser coincidente.
Detalhe: Curva em forma de sino, muito comum na natureza e em processos com muitas variáveis.
Ex: A distribuição das medidas de distância inter-cristas em uma população pode ser aproximada por uma distribuição normal.
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2.24. Medidas de Tendência Central.
Detalhe: Valores que representam o centro de um conjunto de dados.
- 2.24.1. Média (aritmética, ponderada, geométrica e harmônica).
- 2.24.2. Mediana.
- 2.24.3. Moda.
Detalhe: Diferentes formas de calcular o valor central.
Ex: Calcular a média aritmética do número de minúcias encontradas em impressões de um mesmo tipo de padrão papilar.
Detalhe: Valor que divide o conjunto de dados ordenado ao meio.
Ex: A mediana do tempo de análise de laudos papiloscópicos, para identificar um valor típico não afetado por outliers.
Detalhe: Valor mais frequente em um conjunto de dados.
Ex: A moda do tipo de padrão papilar (arco, presilha interna/externa, verticilo) em um banco de dados local.
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2.25. Medidas de Dispersão.
Detalhe: Medem a variabilidade ou espalhamento dos dados.
- 2.25.1. Amplitude.
- 2.25.2. Variância.
- 2.25.3. Desvio padrão.
- 2.25.4. Coeficiente de variação.
Detalhe: Diferença entre o maior e o menor valor.
Ex: A amplitude do número de minúcias encontradas em impressões latentes coletadas em uma mesma ocorrência.
Detalhe: Média dos quadrados dos desvios em relação à média.
Ex: Calcular a variância da contagem de cristas entre o delta e o núcleo em impressões do tipo presilha.
Detalhe: Raiz quadrada da variância, na mesma unidade dos dados.
Ex: O desvio padrão da pressão aplicada durante a coleta de impressões digitais em um scanner, para avaliar a consistência do processo.
Detalhe: Desvio padrão dividido pela média, medida relativa de dispersão.
Ex: Comparar a variabilidade relativa do número de minúcias em impressões de dedos diferentes (polegar vs. mínimo) usando o coeficiente de variação.
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2.26. Coeficiente de Correlação de Pearson.
Detalhe: Mede a força e a direção da relação linear entre duas variáveis contínuas.
- 2.26.1. Conceito e cálculo da correlação entre duas variáveis.
Detalhe: Varia de -1 a +1. Próximo de 0 indica pouca correlação linear.
Ex: Calcular a correlação entre a idade de uma pessoa e a densidade de cristas papilares (estudos indicam que pode haver uma leve correlação negativa).
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2.27. Teorema Central do Limite.
Detalhe: Reafirma a importância do TCL para a inferência estatística.
- 2.27.1. Importância do teorema para a distribuição amostral da média.
Detalhe: Permite usar a distribuição normal para fazer inferências sobre a média populacional, mesmo se a população não for normal, desde que a amostra seja grande.
Ex: Utilizar o TCL para construir um intervalo de confiança para a média do número de minúcias em impressões digitais de uma população, com base na média de uma amostra grande.
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2.28. Regra Empírica (Regra dos Três Sigma) da Distribuição Normal.
Detalhe: Para dados normalmente distribuídos, aproximadamente 68% dos dados estão a 1 desvio padrão da média, 95% a 2 desvios, e 99.7% a 3 desvios.
- 2.28.1. Aproximação da dispersão dos dados na distribuição normal.
Detalhe: Ferramenta rápida para entender a dispersão e identificar outliers.
Ex: Se a contagem de cristas em um tipo específico de impressão digital segue uma distribuição normal com média 15 e desvio padrão 2, espera-se que 95% das contagens estejam entre 11 (15 - 2*2) e 19 (15 + 2*2).
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2.29. Técnicas de Amostragem.
Detalhe: Métodos para selecionar uma amostra representativa de uma população.
Ex: Para validar um novo software AFIS, selecionar uma amostra de impressões do banco de dados usando amostragem aleatória simples para testar sua performance.
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2.30. Amostragem aleatória simples, estratificada, sistemática e por conglomerados.
Detalhe: Diferentes métodos de seleção de amostras para garantir representatividade ou eficiência.
- 2.30.1. Conceitos básicos para determinação do tamanho amostral.
Detalhe: Calcular o número de elementos necessários na amostra para atingir um nível desejado de precisão e confiança nas estimativas.
Ex: Determinar quantas impressões digitais precisam ser analisadas para estimar a proporção de um tipo raro de minúcia na população com uma margem de erro de 2% e confiança de 95%.
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2.1. Probabilidade e Probabilidade Condicional.
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7.3. Inferência estatística.
Detalhe: Processo de tirar conclusões sobre uma população com base em dados de uma amostra.
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3.1. Estimação pontual: métodos de estimação, propriedades dos estimadores, suficiência.
Detalhe: Estimar um parâmetro populacional (ex: média, proporção) usando um único valor calculado da amostra. Métodos incluem Máxima Verossimilhança, Momentos. Propriedades desejáveis: não-viesado, eficiente, consistente.
Ex: Estimar a proporção de impressões digitais com cicatrizes na população brasileira usando a proporção encontrada em uma amostra aleatória do banco de dados da PF (estimador pontual).
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3.2. Estimação intervalar: intervalos de confiança, intervalos de credibilidade.
Detalhe: Fornecer um intervalo de valores que provavelmente contém o parâmetro populacional, com um certo nível de confiança (frequentista) ou credibilidade (bayesiano).
Ex: Construir um intervalo de confiança de 99% para a taxa média de sucesso de identificação de um novo reagente para impressões latentes, com base em testes experimentais.
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3.3. Testes de hipóteses: hipóteses simples e compostas, níveis de significância e potência de um teste, teste t de Student, teste qui‐quadrado.
Detalhe: Procedimento para tomar decisões sobre uma afirmação (hipótese nula) acerca de um parâmetro populacional, com base na evidência da amostra. Testes comuns para médias, proporções, variâncias, associação.
Ex: Testar a hipótese de que não há diferença na frequência de um tipo específico de minúcia entre impressões digitais de homens e mulheres (teste qui-quadrado para independência) ou testar se a média de minúcias de um grupo suspeito difere da média populacional (teste t).
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3.1. Estimação pontual: métodos de estimação, propriedades dos estimadores, suficiência.
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7.4. Análise de regressão linear.
Detalhe: Modelar a relação linear entre uma variável dependente e uma ou mais variáveis independentes.
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4.1. Critérios de mínimos quadrados e de máxima verossimilhança.
Detalhe: Métodos para estimar os coeficientes do modelo de regressão.
Ex: Usar o método dos mínimos quadrados para encontrar a linha que melhor se ajusta à relação entre o número de minúcias em uma impressão latente (variável dependente) e a qualidade da superfície onde foi encontrada (variável independente, codificada numericamente).
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4.2. Modelos de regressão linear.
Detalhe: Y = β0 + β1X + ε. Interpretação dos coeficientes, pressupostos do modelo.
Ex: Desenvolver um modelo para prever a probabilidade de identificação de uma impressão latente com base em sua qualidade e no tempo de exposição, embora modelos mais complexos (regressão logística) sejam mais apropriados para probabilidades.
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4.3. Inferência sobre os parâmetros do modelo.
Detalhe: Testes de hipóteses e intervalos de confiança para os coeficientes de regressão (β0, β1).
Ex: Testar se a qualidade da impressão (coeficiente β1) tem um efeito estatisticamente significativo no número de minúcias identificáveis.
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4.4. Análise de variância.
Detalhe: (ANOVA) Decomposição da variabilidade total da variável dependente para avaliar o ajuste do modelo de regressão.
Ex: Utilizar ANOVA para verificar se o modelo de regressão que relaciona o número de minúcias à qualidade da superfície explica uma porção significativa da variação no número de minúcias.
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4.5. Análise de resíduos.
Detalhe: Exame das diferenças entre os valores observados e os valores previstos pelo modelo para verificar os pressupostos (normalidade, homocedasticidade, independência dos erros).
Ex: Analisar os resíduos do modelo de regressão do número de minúcias para garantir que não há padrões sistemáticos que indiquem problemas com o modelo, como a variância dos erros aumentando com a qualidade da impressão.
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4.1. Critérios de mínimos quadrados e de máxima verossimilhança.
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7.5. Técnicas de amostragem: amostragem aleatória simples, estratificada, sistemática e por conglomerados.
Detalhe: Revisão dos principais métodos de seleção de amostras para estudos e auditorias.
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5.1. Tamanho amostral.
Detalhe: Determinação do número de observações necessárias para obter resultados estatisticamente significativos e com a precisão desejada.
Ex: Calcular o tamanho da amostra de impressões digitais de um arquivo necessário para estimar a prevalência de um certo tipo de padrão (e.g., arco) com uma margem de erro de 3% e um nível de confiança de 95%.
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5.1. Tamanho amostral.
8. RACIOCÍNIO LÓGICO
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8.1. Estruturas lógicas.
Detalhe: Fundamentos do pensamento lógico, incluindo a identificação de proposições, conectivos e a validade de argumentos.
Ex: O Papiloscopista, ao concluir que duas impressões são idênticas, baseia-se em uma estrutura lógica onde a presença de um número suficiente de minúcias coincidentes e a ausência de divergências inexplicadas levam a uma conclusão de identidade.
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8.2. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.
Detalhe: Análise da validade de argumentos. Inferência é o processo de chegar a uma conclusão a partir de premissas. Dedução garante a verdade da conclusão se as premissas são verdadeiras; indução sugere a verdade da conclusão.
Ex: Dedução: Premissa 1: Se 12 minúcias são coincidentes sem divergências, as impressões são da mesma fonte. Premissa 2: As impressões A e B têm 12 minúcias coincidentes sem divergências. Conclusão: As impressões A e B são da mesma fonte. O laudo papiloscópico é uma forma de argumentação lógica.
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8.3. Lógica sentencial (ou proposicional).
Detalhe: Estudo das proposições (sentenças declarativas que são verdadeiras ou falsas) e como elas podem ser combinadas usando conectivos lógicos.
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3.1. Proposições simples e compostas.
Detalhe: Proposição simples não contém outra proposição como parte. Composta é formada por simples ligadas por conectivos (e, ou, não, se...então, se e somente se).
Ex: Simples: "A impressão X possui um verticilo." Composta: "A impressão X possui um verticilo E a impressão Y possui uma presilha interna."
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3.2. Tabelas verdade.
Detalhe: Método para determinar o valor de verdade de uma proposição composta para todas as combinações de valores de verdade de suas proposições simples.
Ex: Construir uma tabela verdade para a proposição "Se a impressão latente tem boa qualidade (P) E o padrão de referência está no sistema (Q), ENTÃO a identificação é provável (R)" para entender as condições de sua veracidade.
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3.3. Equivalências.
Detalhe: Duas proposições são equivalentes se têm a mesma tabela verdade.
Ex: A proposição "Não é verdade que (a impressão A é do suspeito E a impressão B não é do suspeito)" é equivalente a "(A impressão A não é do suspeito OU a impressão B é do suspeito)". Isso é crucial para reescrever afirmações em laudos de forma logicamente consistente.
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3.4. Leis de Morgan.
Detalhe: Regras de equivalência importantes: ¬(P ∧ Q) ⇔ (¬P ∨ ¬Q) e ¬(P ∨ Q) ⇔ (¬P ∧ ¬Q).
Ex: "Não é verdade que (a minúcia X está presente E a minúcia Y está ausente)" é o mesmo que dizer "(A minúcia X está ausente OU a minúcia Y está presente)". Útil para simplificar critérios de análise papiloscópica.
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3.5. Diagramas lógicos.
Detalhe: Representações visuais (como diagramas de Venn) para ilustrar relações entre conjuntos e proposições.
Ex: Usar um diagrama de Venn para mostrar a relação entre o conjunto de todas as impressões digitais, o subconjunto de impressões com padrão "arco", e o subconjunto de impressões com "cicatrizes", ilustrando a interseção "arcos com cicatrizes".
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3.1. Proposições simples e compostas.
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8.4. Lógica de primeira ordem.
Detalhe: Extensão da lógica proposicional que inclui predicados, variáveis e quantificadores (para todo ∀, existe ∃). Permite analisar a estrutura interna das proposições.
Ex: A afirmação "Toda impressão digital possui minúcias únicas" pode ser formalizada como ∀x (ImpressaoDigital(x) → PossuiMinuciasUnicas(x)). A conclusão de identidade se baseia em encontrar um conjunto de minúcias (∃m) que satisfaça certos critérios de correspondência.
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8.5. Princípios de contagem e probabilidade.
Detalhe: Técnicas para contar o número de maneiras que eventos podem ocorrer (princípio fundamental da contagem, permutações, combinações) e aplicar isso ao cálculo de probabilidades.
Ex: Se existem 5 tipos de minúcias e 10 posições possíveis, quantos arranjos únicos de 3 minúcias distintas podem ser formados? (Combinação). Qual a probabilidade de um arranjo específico ocorrer aleatoriamente, se cada minúcia e posição for equiprovável (num modelo simplificado)?
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8.6. Operações com conjuntos.
Detalhe: União, interseção, diferença, complementar. Relação com conectivos lógicos.
Ex: O conjunto de impressões digitais que possuem o padrão "verticilo" E que foram coletadas no "local X" é a interseção dos dois conjuntos. Isso é usado em buscas em sistemas AFIS (Automated Fingerprint Identification System).
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8.7. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
Detalhe: Aplicação de princípios lógicos para resolver problemas quantitativos e espaciais, incluindo aqueles que podem ser representados por matrizes.
Ex: Um problema matricial pode envolver a comparação de características de várias impressões digitais dispostas em uma matriz, onde cada linha é uma impressão e cada coluna uma característica (tipo de padrão, número de deltas, presença de cicatriz), para identificar padrões ou grupos lógicos entre elas.
BLOCO II
INFORMÁTICA
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1. Conceito de internet e intranet.
Detalhe: Compreensão das definições, diferenças e aplicações de redes públicas globais (Internet) e redes privadas corporativas (Intranet), incluindo seus protocolos e serviços fundamentais. Essencial para a comunicação e acesso a sistemas internos e externos da Polícia Federal.
Ex: Um Papiloscopista Policial Federal utiliza a Intranet para acessar bancos de dados biométricos restritos da PF e a Internet para pesquisar publicações científicas internacionais sobre novas técnicas de identificação papiloscópica ou para comunicação com órgãos policiais de outros países via canais seguros.
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2. Conceitos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a internet/intranet.
2.1 Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca, de pesquisa e de redes sociais.
Detalhe: Habilidade em utilizar navegadores (Chrome, Firefox, Edge), clientes de e-mail (Outlook, Thunderbird), plataformas de colaboração (como fóruns ou intranets com grupos), motores de busca (Google, DuckDuckGo) e compreensão do funcionamento e implicações de redes sociais para investigações (quando aplicável e autorizado).
Ex: Utilizar um navegador para acessar o sistema AFIS web da PF, enviar um laudo pericial anexado por e-mail seguro, participar de um grupo de discussão interno sobre um caso complexo, ou realizar uma busca avançada na internet sobre um novo tipo de falsificação de impressões digitais.
2.2 Noções de sistema operacional (ambiente Linux e Windows).
Detalhe: Conhecimento básico da estrutura de arquivos, gerenciamento de processos, permissões e comandos essenciais nos sistemas operacionais Windows (usado em muitas estações de trabalho) e Linux (comum em servidores e algumas ferramentas forenses).
Ex: Saber navegar por diretórios, copiar arquivos de evidências digitais, verificar processos em execução que possam interferir em um software de análise de imagens papiloscópicas, tanto em um PC Windows quanto em um servidor Linux que hospeda um banco de dados biométrico.
2.3 Acesso à distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo e multimídia.
Detalhe: Uso de ferramentas de acesso remoto (VPN, RDP, SSH), protocolos de transferência de arquivos (FTP, SFTP, HTTP), e softwares para visualização e manipulação básica de arquivos de áudio (ex: depoimentos), vídeo (ex: imagens de CFTV) e multimídia.
Ex: Acessar remotamente um servidor da PF para submeter uma pesquisa biométrica, transferir arquivos de imagens de impressões digitais de um local de crime para o laboratório usando um canal seguro, ou visualizar um vídeo de segurança que mostra a ação de um criminoso para contextualizar a análise papiloscópica.
2.4 Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e LibreOffice).
Detalhe: Proficiência na criação e edição de documentos de texto (Word, Writer) para laudos, planilhas (Excel, Calc) para organização de dados de casos ou estatísticas, e apresentações (PowerPoint, Impress) para expor resultados de perícias ou treinamentos.
Ex: Redigir um laudo de perícia papiloscópica em um editor de texto, criar uma planilha para controlar o fluxo de amostras no laboratório, ou preparar uma apresentação sobre os resultados de um confronto papiloscópico para uma equipe de investigação.
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3. Redes de computadores.
3.1 Formação de endereços IPV4 e IPV6.
Detalhe: Entendimento da estrutura, classes e atribuição de endereços IP (versão 4 e a mais recente, versão 6), máscaras de sub-rede, e a importância do endereçamento para a comunicação em rede e rastreamento de conexões (quando relevante para investigações).
Ex: Compreender como um endereço IP identifica um dispositivo conectado à rede da PF, como o servidor AFIS, ou, em uma investigação de crime cibernético com apoio da papiloscopia (ex: impressões em um dispositivo), entender a origem de uma conexão IP associada a uma atividade suspeita.
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4. Conceitos de proteção e segurança.
4.1 Noções de vírus, worms e pragas virtuais.
Detalhe: Identificação dos principais tipos de malware (vírus, worms, trojans, ransomware, spyware) e seus mecanismos de propagação e dano. Importante para proteger as estações de trabalho e os sistemas de análise papiloscópica.
Ex: Reconhecer um e-mail de phishing que pode conter um ransomware capaz de criptografar os arquivos de casos papiloscópicos, ou um pendrive infectado que, se conectado a uma estação de análise, poderia comprometer a integridade dos dados biométricos.
4.2 Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.).
Detalhe: Conhecimento da finalidade e funcionamento básico de softwares de segurança como antivírus (para detecção e remoção de malware), firewall (para controle de tráfego de rede) e anti-spyware (para combater softwares espiões).
Ex: Manter o antivírus da estação de trabalho de papiloscopia atualizado, entender as regras de firewall que protegem o acesso ao servidor AFIS, e evitar a instalação de softwares de fontes não confiáveis que possam conter spyware.
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5. Computação na nuvem (cloud computing).
Detalhe: Entendimento dos conceitos de computação em nuvem, modelos de serviço (IaaS, PaaS, SaaS), modelos de implantação (pública, privada, híbrida) e suas implicações para armazenamento e processamento de dados, incluindo dados biométricos (com as devidas considerações de segurança e soberania).
Ex: A PF pode utilizar uma nuvem privada para armazenar e processar grandes volumes de dados biométricos de forma segura e escalável, ou utilizar serviços SaaS específicos para colaboração em investigações internacionais, sempre observando as políticas de segurança de dados.
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6. Fundamentos da Teoria Geral de Sistemas.
6.1 Camadas de Aplicação, processos, frontend, backend.
Detalhe: Compreensão da arquitetura de sistemas de software, incluindo a interface com o usuário (frontend), a lógica de negócios e acesso a dados (backend), os processos envolvidos e como eles se comunicam em diferentes camadas.
Ex: O sistema AFIS possui um frontend (interface gráfica onde o papiloscopista submete a pesquisa e visualiza os candidatos), um backend (que executa os algoritmos de comparação e acessa o banco de dados de impressões digitais) e processos que gerenciam a indexação e busca.
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7. Sistemas de informação.
7.1 Fases e etapas de sistema de informação.
Detalhe: Ciclo de vida de desenvolvimento de sistemas (SDLC): planejamento, análise, projeto, implementação, teste, implantação e manutenção.
Ex: O Papiloscopista pode participar da fase de análise de requisitos de um novo módulo para o sistema de identificação biométrica, fornecendo sua expertise sobre as necessidades da área pericial.
7.2 Análise de requisitos, especificação, ambientes de testes, homologação, produção e suporte.
Detalhe: Detalhamento das etapas do SDLC. Requisitos: o que o sistema deve fazer. Especificação: como ele fará. Testes: verificação de funcionalidade e erros. Homologação: validação pelo usuário. Produção: sistema em uso. Suporte: manutenção e ajuda.
Ex: Antes de um novo algoritmo de comparação de impressões digitais ser implantado no AFIS (ambiente de produção), ele passa por testes rigorosos em um ambiente de homologação, onde Papiloscopistas validam sua acurácia e usabilidade com casos reais.
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8. Teoria da informação.
8.1 Conceitos de informação, dados, representação de dados, de conhecimentos, segurança e inteligência.
Detalhe: Dados: fatos brutos. Informação: dados processados com significado. Conhecimento: informação aplicada. Representação de dados: como os dados são codificados (ex: binário, formatos de imagem). Segurança da Informação: proteção contra acesso não autorizado. Inteligência: informação analisada para tomada de decisão.
Ex: Uma imagem de impressão digital é um dado. As minúcias extraídas são informações. A conclusão de identidade baseada na análise dessas minúcias é conhecimento. A criptografia do banco de dados AFIS garante a segurança. O cruzamento de dados de identificação com outras fontes para resolver um crime é inteligência.
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9. Banco de dados.
9.1 Base de dados, documentação e prototipação.
Detalhe: Base de dados (ou banco de dados): coleção organizada de dados. Documentação: descrição da estrutura e uso do banco. Prototipação: criação de modelos iniciais.
Ex: O sistema AFIS da PF utiliza uma vasta base de dados de impressões digitais. A documentação descreve como os dados de cada indivíduo (imagens, minúcias, dados cadastrais) são armazenados. Um protótipo de um novo campo para registrar características raras de impressões pode ser desenvolvido.
9.2 Modelagem conceitual: abstração, modelo entidade-relacionamento, análise funcional e administração de dados.
Detalhe: Modelagem conceitual: representação abstrata dos dados e seus relacionamentos (ex: Modelo Entidade-Relacionamento - MER, que usa entidades, atributos e relacionamentos). Análise funcional: o que o sistema faz com os dados. Administração de dados: gerenciamento da qualidade, segurança e disponibilidade dos dados.
Ex: Na modelagem do banco de dados AFIS, "Indivíduo" e "Impressão Digital" são entidades. "Nome" e "Data de Nascimento" são atributos de Indivíduo. "Tipo de Padrão" e "Imagem" são atributos de Impressão Digital. Um Indivíduo "possui" Impressões Digitais (relacionamento).
9.3 Dados estruturados e não estruturados.
Detalhe: Estruturados: organizados em formato tabular (ex: bancos de dados relacionais). Não estruturados: sem formato predefinido (ex: imagens, vídeos, textos livres, áudios).
Ex: Os dados cadastrais de um indivíduo no AFIS (nome, CPF, data de nascimento) são estruturados. As imagens das impressões digitais, embora possam ter metadados associados, são em si dados não estruturados.
9.4 Banco de dados relacionais: conceitos básicos e características.
Detalhe: Baseados no modelo relacional, organizam dados em tabelas com linhas e colunas. Características incluem uso de SQL, atomicidade, consistência, isolamento, durabilidade (ACID).
Ex: O AFIS provavelmente utiliza um banco de dados relacional para armazenar informações sobre indivíduos e suas impressões digitais, com tabelas interligadas para "Pessoas", "ColetasBiométricas", "Laudos", etc.
9.5 Chaves e relacionamentos.
Detalhe: Chave primária: identifica unicamente cada registro em uma tabela. Chave estrangeira: campo em uma tabela que é chave primária em outra, estabelecendo um relacionamento entre elas.
Ex: Na tabela "Pessoas" do AFIS, o "CPF" pode ser a chave primária. Na tabela "ColetasBiométricas", um campo "CPF_Pessoa" seria uma chave estrangeira ligando a coleta à pessoa correspondente.
9.6 Noções de mineração de dados: conceituação e características.
Detalhe: Processo de descobrir padrões, anomalias e correlações em grandes conjuntos de dados para prever resultados ou gerar insights. Características: descoberta de conhecimento, uso de algoritmos, grandes volumes de dados.
Ex: Aplicar mineração de dados ao banco AFIS para identificar padrões geográficos na ocorrência de tipos raros de impressões digitais ou para encontrar correlações entre características papiloscópicas e reincidência criminal (respeitando a ética e a lei).
9.7 Noções de aprendizado de máquina.
Detalhe: Subcampo da IA onde sistemas "aprendem" com dados sem serem explicitamente programados. Algoritmos de classificação, regressão, agrupamento.
Ex: Algoritmos de aprendizado de máquina são usados nos sistemas AFIS para melhorar a precisão da extração de minúcias das imagens de impressões digitais e para otimizar os algoritmos de comparação, aprendendo com grandes volumes de confrontos confirmados.
9.8 Noções de Big data: conceito, premissas e aplicação.
Detalhe: Grandes volumes de dados (Volume), gerados em alta velocidade (Velocidade), com grande variedade de formatos (Variedade). Premissas incluem os 3 Vs (podendo estender para Valor, Veracidade). Aplicações em análise preditiva, detecção de fraudes, etc.
Ex: O conjunto de todas as impressões digitais, imagens faciais, dados de voz e outros dados biométricos coletados e armazenados pela PF em nível nacional constitui um Big Data. Sua análise pode revelar tendências criminais ou otimizar a alocação de recursos periciais.
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10. Redes de comunicação.
10.1 Introdução a redes (computação/telecomunicações).
Detalhe: Conceitos básicos de como as redes de computadores e telecomunicações funcionam e se interconectam.
Ex: Entender como uma consulta de impressão digital submetida por um Papiloscopista em uma delegacia remota viaja pela rede de telecomunicações da PF até o servidor central AFIS e retorna com os resultados.
10.2 Camada física, de enlace de dados e subcamada de acesso ao meio.
Detalhe: Camadas inferiores do modelo OSI/ISO. Física: transmissão de bits (cabos, rádiofrequência). Enlace: transferência de quadros entre nós adjacentes, controle de erro e fluxo (ex: Ethernet). Acesso ao Meio (MAC): controle de como os dispositivos compartilham o meio físico.
Ex: A qualidade do cabo de rede (camada física) na estação do Papiloscopista afeta a velocidade de transferência das imagens de impressões digitais. O protocolo Ethernet (camada de enlace) garante que os dados cheguem corretamente ao switch da rede local.
10.3 Noções básicas de transmissão de dados: tipos de enlace, códigos, modos e meios de transmissão.
Detalhe: Tipos de enlace: ponto a ponto, multiponto. Códigos: formas de representar dados (ASCII, Unicode). Modos de transmissão: simplex, half-duplex, full-duplex. Meios de transmissão: par trançado, coaxial, fibra óptica, ondas de rádio.
Ex: A comunicação entre a estação de trabalho do Papiloscopista e o servidor AFIS geralmente é full-duplex (envia e recebe dados simultaneamente) sobre um meio de transmissão como fibra óptica ou cabo par trançado dentro da rede da PF.
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11. Redes de computadores: locais, metropolitanas e de longa distância.
11.1 Terminologia e aplicações, topologias, modelos de arquitetura (OSI/ISO e TCP/IP) e protocolos.
Detalhe: LAN (Local Area Network): rede local (ex: dentro de um prédio da PF). MAN (Metropolitan Area Network): abrange uma cidade. WAN (Wide Area Network): longa distância (ex: interligando unidades da PF em diferentes estados). Topologias: arranjo físico (estrela, barramento, anel). Modelos OSI e TCP/IP: estruturas de camadas para protocolos de rede. Protocolos: regras de comunicação (HTTP, FTP, TCP, IP).
Ex: O Papiloscopista em uma superintendência regional acessa o AFIS central através de uma WAN. A rede interna da superintendência é uma LAN, possivelmente em topologia estrela. A comunicação segue o modelo TCP/IP, usando protocolos como TCP para garantir a entrega confiável dos dados biométricos.
11.2 Interconexão de redes, nível de transporte.
Detalhe: Como diferentes redes se conectam (roteadores, gateways). Nível de Transporte (OSI Camada 4): provê comunicação fim a fim confiável (TCP) ou não confiável (UDP) entre aplicações.
Ex: Roteadores conectam a LAN da unidade da PF à WAN nacional. O protocolo TCP (nível de transporte) é usado para garantir que uma imagem de impressão digital enviada para análise chegue completa e sem erros ao servidor AFIS.
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12. Noções de programação Python e R.
Detalhe: Conhecimento básico da sintaxe, estruturas de dados e bibliotecas comuns em Python (versátil, bom para scripts, web, IA) e R (focado em estatística e análise de dados). Não se espera proficiência em desenvolvimento, mas sim a capacidade de entender scripts simples ou realizar pequenas modificações.
Ex: Um Papiloscopista com noções de Python poderia automatizar tarefas repetitivas como renomear arquivos de imagens de impressões digitais em lote. Com noções de R, poderia realizar análises estatísticas sobre a frequência de minúcias em diferentes populações a partir de um arquivo de dados.
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13. Metadados de arquivos.
Detalhe: "Dados sobre dados". Informações descritivas sobre um arquivo, como data de criação, autor, tipo de arquivo, resolução de imagem, modelo da câmera (para fotos), etc. Importante para a cadeia de custódia digital e análise forense.
Ex: Ao receber uma imagem de uma impressão digital latente, o Papiloscopista pode verificar os metadados EXIF do arquivo de imagem para obter informações sobre a câmera usada para fotografar a impressão, data e hora, o que pode ser relevante para a investigação e para a validação da evidência.
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14. Formatos de arquivos de intercâmbio entre sistemas biométricos: NIST, XML, JSON.
Detalhe: Padrões para troca de dados biométricos. NIST (National Institute of Standards and Technology): define padrões para formatos de arquivos de impressões digitais, faciais, etc. (ex: ANSI/NIST-ITL). XML (eXtensible Markup Language) e JSON (JavaScript Object Notation): formatos de texto legíveis por humanos e máquinas, usados para estruturar e transmitir dados, incluindo dados biométricos ou metadados associados.
Ex: A PF utiliza formatos baseados nos padrões NIST para armazenar e trocar dados de impressões digitais com outros órgãos nacionais ou internacionais (Interpol). Informações sobre um caso podem ser trocadas entre sistemas usando arquivos XML ou JSON contendo os dados da pessoa e referências aos arquivos biométricos.
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15. Testes de acurácia do NIST.GOV.
15.1 Conceitos de falso positivo e falso negativo (FPIR e FNIR).
Detalhe: Programas de avaliação de tecnologias biométricas conduzidos pelo NIST (ex: FRVT para face, PFT para digitais) que medem a precisão de algoritmos de diferentes fornecedores. Em testes de identificação biométrica: FPIR (False Positive Identification Rate): taxa de identificações incorretas (sistema aponta uma correspondência que não existe). FNIR (False Negative Identification Rate): taxa de falhas em identificar uma correspondência que existe (sistema não encontra o indivíduo que está na base).
Ex: Ao avaliar um novo algoritmo AFIS, a PF analisa os relatórios de testes do NIST, observando o FPIR (importante para evitar acusações falsas) e o FNIR (importante para não perder criminosos que já estão na base de dados).
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16. Inteligência Artificial (IA).
16.1 Conceitos de Machine Learning.
Detalhe: Subárea da IA que foca em algoritmos que permitem aos computadores aprender com os dados. Tipos incluem aprendizado supervisionado (classificação, regressão), não supervisionado (clusterização) e por reforço.
Ex: Algoritmos de Machine Learning são usados em sistemas AFIS para "aprender" a melhor forma de extrair minúcias de imagens de impressões digitais de baixa qualidade ou para classificar automaticamente os tipos de padrões papilares.
16.2 Principais ferramentas de mercado (Copilot, ChatGPT, META).
Detalhe: Conhecimento sobre a existência e as capacidades gerais de ferramentas de IA generativa e assistentes virtuais (ex: Copilot da Microsoft, ChatGPT da OpenAI, Llama da Meta). Compreensão de suas aplicações potenciais (ex: auxílio na redação de relatórios, busca de informações) e limitações (ex: possibilidade de gerar informações incorretas, questões de privacidade).
Ex: Um Papiloscopista pode, com supervisão e criticidade, usar o ChatGPT para auxiliar na pesquisa de termos técnicos ou na estruturação inicial de um parecer sobre uma nova tecnologia de revelação de latentes, mas nunca para tomar decisões periciais ou inserir dados sigilosos.
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17. Tecnologias, Ferramentas e Aplicativos.
17.1 Noções de sistema operacional (ambiente Linux e Windows).
Detalhe: Conhecimento básico da estrutura de arquivos, gerenciamento de processos, permissões e comandos essenciais nos sistemas operacionais Windows e Linux. (Reiteração do item 2.2)
Ex: O Papiloscopista precisa saber como gerenciar arquivos de evidência (imagens de digitais, laudos) e executar softwares periciais tanto em estações Windows quanto em possíveis ferramentas que rodem em Linux. (Similar ao exemplo do item 2.2)
17.2 Noções de acesso remoto a computadores, transferência de arquivos, comunicação multimídia e colaboração online (Microsoft Teams).
Detalhe: Uso de ferramentas de acesso remoto, protocolos de transferência de arquivos e plataformas de colaboração online como Microsoft Teams. (Expansão do item 2.3)
Ex: Utilizar o Microsoft Teams para uma reunião com peritos de outra unidade da PF para discutir um caso complexo de identificação, compartilhando tela para mostrar imagens de impressões e colaborando em um documento de relatório.
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18. Noções de Redes e Comunicação.
18.1 Conceito de Internet e Intranet.
Detalhe: Definições e diferenças entre Internet (rede pública global) e Intranet (rede privada corporativa). (Reiteração do item 1)
Ex: A Intranet da PF provê acesso seguro a sistemas internos como o AFIS, enquanto a Internet é usada para pesquisa e comunicação externa controlada. (Similar ao exemplo do item 1)
18.2 Noções de arquitetura e princípios de funcionamento das redes.
Detalhe: Compreensão geral de como os componentes de rede (roteadores, switches, servidores) interagem e os princípios básicos de comunicação de dados.
Ex: Entender que uma pesquisa no AFIS envolve o envio de dados da estação do Papiloscopista através de switches e roteadores até o servidor, que processa a requisição e retorna os resultados pela mesma via.
18.3 Tipos de redes: locais (LAN), metropolitanas (MAN) e de longa distância (WAN).
Detalhe: Classificação de redes por abrangência geográfica. (Reiteração do item 11.1)
Ex: A unidade local da PF possui uma LAN; a interligação com a central em Brasília é feita via WAN. (Similar ao exemplo do item 11.1)
18.4 Modelo OSI/ISO e modelo TCP/IP: camadas, funções e protocolos associados.
Detalhe: Estruturas de camadas (OSI com 7 camadas, TCP/IP com 4 ou 5) que organizam as funções de rede e seus protocolos. (Reiteração do item 11.1)
Ex: Saber que o protocolo IP (do TCP/IP) é responsável pelo endereçamento e roteamento dos pacotes de dados de uma impressão digital enviada para análise, enquanto o TCP garante a entrega ordenada e confiável. (Similar ao exemplo do item 11.1)
18.5 Protocolos de comunicação: Ethernet, IP (IPv4 e IPv6), TCP, UDP, DNS, DHCP e SNMP.
Detalhe: Conhecimento da função de protocolos chave. Ethernet: LAN. IP: endereçamento e roteamento. TCP: transporte confiável. UDP: transporte não confiável (mais rápido). DNS: resolução de nomes para IPs. DHCP: atribuição automática de IPs. SNMP: gerenciamento de rede.
Ex: O computador do Papiloscopista obtém um endereço IP via DHCP. Ao acessar o sistema AFIS pelo nome (ex: "afis.dpf.gov.br"), o DNS traduz esse nome para um endereço IP. A transferência de imagens de digitais usa TCP/IP sobre Ethernet.
18.6 Protocolos e mecanismos de segurança: VPN, SSL/TLS.
Detalhe: VPN (Virtual Private Network): cria um túnel seguro sobre uma rede pública. SSL/TLS: protocolos para criptografar comunicação entre cliente e servidor (ex: HTTPS).
Ex: Um Papiloscopista em trabalho de campo pode usar uma VPN para acessar de forma segura a rede da PF e submeter uma impressão digital para pesquisa. O acesso web ao sistema de laudos é protegido por HTTPS (usando SSL/TLS).
18.7 Redes sem fio: padrões IEEE 802.11, WPA/WPA2, segurança e boas práticas.
Detalhe: Tecnologias Wi-Fi (padrões como 802.11n/ac/ax), protocolos de segurança (WPA2/3 são os recomendados) e práticas para proteger redes sem fio (senhas fortes, não usar redes abertas para dados sensíveis).
Ex: Ao usar um tablet para coletar dados em um local de crime e transmitir para uma unidade móvel via Wi-Fi, o Papiloscopista deve garantir que a rede sem fio esteja devidamente protegida com WPA3 e senha forte para evitar interceptação dos dados biométricos.
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19. Noções de Computação em Nuvem.
19.1 Definição e características das nuvens privadas e públicas.
Detalhe: Nuvem Pública: recursos de provedores (AWS, Azure, Google Cloud), compartilhados. Nuvem Privada: infraestrutura dedicada a uma única organização, maior controle (pode ser interna ou hospedada por terceiros). (Reiteração do item 5)
Ex: A PF pode optar por uma nuvem privada para seus sistemas AFIS e bancos de dados biométricos principais devido à sensibilidade dos dados, mas pode usar serviços de nuvem pública para aplicações menos críticas ou para colaboração com controle de acesso.
19.2 Modelos de Serviço em Nuvem: Infraestrutura como Serviço (IaaS), Plataforma como Serviço (PaaS) e Software como Serviço (SaaS).
Detalhe: IaaS: recursos computacionais básicos (VMs, armazenamento, redes). PaaS: plataforma para desenvolver, implantar e gerenciar aplicações. SaaS: software pronto para uso, acessado via internet.
Ex: A PF poderia usar IaaS para hospedar seus próprios servidores AFIS virtuais, PaaS para desenvolver uma nova ferramenta de análise de imagens papiloscópicas sem se preocupar com a infraestrutura subjacente, ou SaaS para um sistema de e-mail seguro ou videoconferência.
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20. Conceitos de Proteção e Segurança.
20.1 Ameaças digitais e malwares: noções de vírus, worms, trojans, ransomware, spyware, rootkits, botnets e outras pragas virtuais.
Detalhe: Identificação dos principais tipos de malware e seus mecanismos. (Reiteração do item 4.1)
Ex: O Papiloscopista deve estar ciente de que um clique em um link malicioso pode instalar um ransomware que bloqueie o acesso aos seus arquivos de trabalho, incluindo laudos e imagens de impressões digitais. (Similar ao exemplo do item 4.1)
20.2 Ferramentas e técnicas de segurança: uso de antivírus, firewall, anti-spyware e autenticação multifator (MFA).
Detalhe: Conhecimento de softwares de segurança e MFA (múltiplas formas de verificação para acesso). (Expansão do item 4.2)
Ex: Para acessar o sistema de laudos periciais da PF, o Papiloscopista pode precisar usar sua senha e um código gerado por um aplicativo autenticador em seu smartphone (MFA), além de contar com antivírus e firewall em sua estação.
20.3 Noções de criptografia e proteção de dados: hash criptográfico (MD5, SHA-1, SHA-256), assinaturas digitais.
Detalhe: Criptografia: transforma dados em formato ilegível sem a chave correta. Hash: função que gera uma string de tamanho fixo (resumo) a partir de um dado; usado para verificar integridade (MD5 e SHA-1 são considerados fracos, SHA-256 é mais seguro). Assinatura Digital: garante autenticidade e integridade de um documento digital, usando criptografia de chave pública.
Ex: Laudos papiloscópicos eletrônicos podem ser assinados digitalmente pelo perito para garantir sua autenticidade e que não foram alterados. Hashes SHA-256 podem ser calculados para arquivos de imagens de impressões digitais para verificar sua integridade ao longo da cadeia de custódia.
20.4 Noções de Controle de acesso e autenticação.
Detalhe: Controle de acesso: define quem pode acessar o quê (ex: permissões de leitura/escrita). Autenticação: processo de verificar a identidade de um usuário (ex: senha, biometria, token).
Ex: O Papiloscopista se autentica no sistema AFIS com usuário e senha. O sistema então controla o acesso, permitindo que ele pesquise no banco de dados, mas talvez não permita que ele delete registros, dependendo de suas permissões.
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21. Dados.
21.1 Banco de dados relacionais: conceitos básicos e características.
Detalhe: Organização de dados em tabelas, uso de SQL, propriedades ACID. (Reiteração do item 9.4)
Ex: Os sistemas da PF que armazenam dados de identificação civil e criminal provavelmente usam bancos de dados relacionais para garantir a consistência e integridade dos dados. (Similar ao exemplo do item 9.4)
21.2 Noções de linguagem SQL.
Detalhe: SQL (Structured Query Language) é a linguagem padrão para interagir com bancos de dados relacionais (consultar, inserir, atualizar, deletar dados). Noções básicas de comandos como SELECT, FROM, WHERE, JOIN.
Ex: Embora o Papiloscopista use interfaces gráficas, entender SQL pode ajudar a compreender como as buscas são feitas no AFIS ou, em casos raros, auxiliar na extração de dados específicos para relatórios, se tiver o acesso e permissão adequados (ex: `SELECT COUNT(*) FROM COLETAS WHERE DATA_COLETA > '2023-01-01'`).
21.3 Modelagem conceitual: entidades, atributos e relacionamentos.
Detalhe: Representação abstrata dos dados usando Modelo Entidade-Relacionamento (MER). (Reiteração do item 9.2)
Ex: No planejamento de um novo banco de dados para tipos raros de características papilares, "Característica" seria uma entidade, com atributos como "Nome da Característica", "Região Típica", e se relacionaria com a entidade "Impressão Digital". (Similar ao exemplo do item 9.2)
21.4 Dados estruturados e não estruturados.
Detalhe: Diferença entre dados organizados em formato tabular e dados sem formato predefinido. (Reiteração do item 9.3)
Ex: Um laudo pericial em PDF é um dado não estruturado, mas os campos chave extraídos dele para um sistema de gerenciamento de laudos (Nº do Laudo, Perito, Data, Conclusão) são dados estruturados. (Similar ao exemplo do item 9.3)
21.5 Conceito de DataWarehouse, DataMart, DataLake, DataMesh.
Detalhe: Data Warehouse (DW): repositório central de dados integrados de múltiplas fontes, otimizado para análise e relatórios. Data Mart: subconjunto de um DW, focado em uma área específica. Data Lake: repositório que armazena grandes volumes de dados brutos em seu formato nativo. Data Mesh: arquitetura descentralizada para dados analíticos, com foco em domínios de dados.
Ex: A PF pode ter um Data Warehouse com dados criminais de todo o país para análises estratégicas. O setor de papiloscopia poderia ter um Data Mart com dados específicos de identificações positivas e negativas para estudos de acurácia. Um Data Lake poderia armazenar todas as imagens biométricas brutas.
21.6 Metadados.
Detalhe: "Dados sobre dados", informações descritivas sobre outros dados. (Reiteração do item 13)
Ex: Em um banco de dados AFIS, os metadados de uma imagem de impressão digital podem incluir a data da coleta, o equipamento utilizado, o nome do coletor, a qualidade da imagem, além dos metadados do próprio arquivo. (Similar ao exemplo do item 13)
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22. Noções de análise de dados.
22.1 Mineração de dados: conceituação e características.
Detalhe: Processo de descobrir padrões e correlações em grandes conjuntos de dados. (Reiteração do item 9.6)
Ex: Utilizar técnicas de mineração de dados para identificar, no banco de dados de laudos, quais tipos de superfície (metálica, vidro, papel) mais frequentemente resultam em impressões latentes de boa qualidade para identificação. (Similar ao exemplo do item 9.6)
22.2 Noções de Business Intelligence: Ferramentas e aplicabilidade.
Detalhe: BI envolve o uso de tecnologias, processos e aplicações para analisar dados e informações de negócios (ou institucionais) e ajudar na tomada de decisões. Ferramentas incluem painéis (dashboards), relatórios, OLAP.
Ex: A direção da PF pode usar um painel de BI que mostre o número de identificações realizadas por unidade, o tempo médio para emissão de laudos papiloscópicos, e a taxa de sucesso de identificação, para monitorar a performance e alocar recursos.
22.3 Noções de aprendizado de máquina, inteligência artificial.
Detalhe: Sistemas que aprendem com dados (Machine Learning) como parte da IA. (Reiteração dos itens 9.7 e 16.1)
Ex: Modelos de aprendizado de máquina podem ser treinados para prever a probabilidade de uma impressão latente ser de um determinado indivíduo com base na similaridade de suas características com o banco de dados, auxiliando o Papiloscopista na triagem de candidatos. (Similar aos exemplos dos itens 9.7 e 16.1)
22.4 Noções de big data: conceito, premissas e aplicação.
Detalhe: Dados com grande Volume, Velocidade e Variedade. (Reiteração do item 9.8)
Ex: Analisar o Big Data de registros de entrada e saída do país, cruzando com dados biométricos e listas de procurados, para identificar automaticamente possíveis alvos de investigação na área de fronteiras. (Similar ao exemplo do item 9.8)
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23. Noções de Programação e Interoperabilidade.
23.1 Noções de programação em Python.
Detalhe: Conhecimento básico da linguagem Python para automação e análise. (Reiteração do item 12)
Ex: Um Papiloscopista poderia usar um script Python para extrair automaticamente as coordenadas das minúcias de um arquivo de template de impressão digital para um formato tabular CSV para análise estatística. (Similar ao exemplo do item 12)
23.2 Conceito de API (Application Programming Interface).
Detalhe: Conjunto de regras e protocolos que permite que diferentes softwares se comuniquem e troquem dados entre si. Funciona como um contrato entre aplicações.
Ex: O sistema de registro criminal da PF pode ter uma API que permite ao sistema AFIS consultar dados de um indivíduo (com a devida autorização e segurança) a partir de seu CPF, ou vice-versa, o AFIS pode prover uma API para que outros sistemas consultem se há registro biométrico para um determinado indivíduo.
23.3 ETL/ELT (Extract, Transform, Load).
Detalhe: Processos para mover dados de uma ou mais fontes para um destino (geralmente um Data Warehouse). ETL: Extrai, Transforma (limpa, formata), Carrega. ELT: Extrai, Carrega, Transforma (transformação feita no destino).
Ex: Para popular um Data Warehouse com informações de identificações papiloscópicas de diferentes sistemas estaduais, um processo ETL seria usado para extrair os dados dos sistemas de origem, transformá-los para um formato padrão e carregá-los no DW central da PF para análise consolidada.
BLOCO III
BIOLOGIA
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1. Citologia.
Detalhe: Estudo da célula, a unidade morfofisiológica fundamental dos seres vivos, abrangendo sua estrutura, composição química, organelas e processos vitais. Fundamental para entender a base dos vestígios biológicos.
Ex: O Papiloscopista, ao coletar uma impressão digital que contenha células epiteliais, lida diretamente com material citológico. Compreender a citologia ajuda a entender a preservação do DNA nessas células e a natureza dos componentes do suor (lipídios, proteínas) que formam a impressão latente.
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1.1. Composição química da matéria viva.
Detalhe: Análise dos componentes inorgânicos (água, sais minerais) e orgânicos (carboidratos, lipídios, proteínas, ácidos nucleicos, vitaminas) essenciais para a estrutura e funcionamento celular.
Ex: As cristas papilares são formadas principalmente por queratina (proteína). O suor depositado em uma impressão contém água, sais, ureia, aminoácidos e lipídios, cuja composição química pode influenciar a escolha do revelador papiloscópico.
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1.2. Organização celular das células eucarióticas.
Detalhe: Estrutura típica das células humanas, caracterizadas pela presença de um núcleo individualizado contendo o material genético e diversas organelas citoplasmáticas membranosas com funções específicas.
Ex: As células epiteliais encontradas em impressões digitais são eucarióticas. O Papiloscopista deve saber que o DNA utilizado para exames genéticos complementares está localizado predominantemente no núcleo dessas células.
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1.3. Estrutura e função dos componentes citoplasmáticos.
Detalhe: Estudo das organelas como mitocôndrias (respiração celular e produção de ATP), ribossomos (síntese proteica), retículo endoplasmático (síntese e transporte de moléculas), complexo de Golgi (processamento e secreção), lisossomos (digestão intracelular) e peroxissomos (reações metabólicas).
Ex: Em vestígios biológicos degradados, o DNA mitocondrial (presente nas mitocôndrias) pode ser uma alternativa para identificação genética quando o DNA nuclear está comprometido. A atividade enzimática (proteínas) em resíduos de impressões pode ser afetada por fatores ambientais.
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1.4. Membrana celular.
Detalhe: Estrutura (modelo do mosaico fluido, bicamada lipídica, proteínas integrais e periféricas, glicocálix) e funções (permeabilidade seletiva, transporte de substâncias, reconhecimento celular, sinalização).
Ex: A integridade da membrana celular é vital para a preservação das células epiteliais em uma impressão. Processos de lise celular (rompimento da membrana) podem liberar o conteúdo intracelular, incluindo DNA, mas também podem acelerar a degradação.
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1.5. Núcleo.
Detalhe: Centro de controle da célula eucariótica, contendo o material genético (DNA) organizado em cromossomos e responsável pela regulação das atividades celulares e pela hereditariedade.
Ex: O Papiloscopista sabe que o núcleo das células epiteliais é a fonte primária de DNA para identificação humana, cujos resultados podem corroborar ou complementar a análise papiloscópica.
1.5.1 Estrutura, componentes e funções.
Detalhe: Envoltório nuclear (carioteca com poros nucleares), nucleoplasma, cromatina (DNA e histonas, formando eucromatina e heterocromatina) e nucléolo (síntese de RNA ribossômico).
Ex: A condensação da cromatina e a integridade do envoltório nuclear são indicadores do estado de conservação celular, relevante para a viabilidade de extração de DNA de alta qualidade a partir de vestígios.
1.5.2 Divisão celular (mitose e meiose, e suas fases).
Detalhe: Processos de duplicação celular. Mitose: para crescimento e regeneração tecidual, produzindo células geneticamente idênticas. Meiose: para formação de gametas, com redução do número de cromossomos e recombinação genética. Fases: Prófase, Metáfase, Anáfase, Telófase.
Ex: A mitose contínua das células da camada basal da epiderme garante a regeneração da pele e a perenidade das impressões digitais. Anomalias na divisão celular podem, em raros casos, estar associadas a certas condições que afetam os dermatóglifos.
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1.6. Citoesqueleto e movimento celular.
Detalhe: Rede de filamentos proteicos (microtúbulos, filamentos de actina, filamentos intermediários) que confere forma, sustentação, organiza o citoplasma e participa de movimentos celulares e intracelulares.
Ex: A queratina, principal proteína dos filamentos intermediários das células epiteliais, confere resistência e forma às cristas papilares. A estrutura do citoesqueleto é essencial para a manutenção da morfologia celular, importante para a qualidade da impressão.
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2. Bioquímica.
Detalhe: Estudo das reações químicas que ocorrem nos organismos vivos, incluindo o metabolismo energético e a função de macromoléculas como proteínas e enzimas.
Ex: A bioquímica do suor (presença de aminoácidos, lipídios) é fundamental para a reação com os reveladores químicos usados em papiloscopia (ex: ninidrina reage com aminoácidos).
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2.1. Processos de obtenção de energia na célula.
Detalhe: Respiração celular aeróbica (glicólise, ciclo de Krebs, cadeia transportadora de elétrons) e anaeróbica (fermentação lática e alcoólica).
Ex: Células epiteliais, mesmo descamadas, contêm resquícios de componentes envolvidos no metabolismo energético. A degradação desses componentes pode ser um indicador do tempo post-mortem ou da exposição da amostra.
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2.2. Principais vias metabólicas.
Detalhe: Metabolismo de carboidratos (glicólise, gliconeogênese, glicogenólise, glicogênese), lipídios (lipólise, betaoxidação, lipogênese) e proteínas (transaminação, desaminação, ciclo da ureia).
Ex: Resíduos lipídicos presentes no suor que compõem uma impressão digital latente são resultado do metabolismo de lipídios. Alguns reveladores papiloscópicos são específicos para esses componentes graxos.
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2.3. Regulação metabólica.
Detalhe: Mecanismos de controle das vias metabólicas, incluindo regulação enzimática (alosteria, modificação covalente) e hormonal.
Ex: Fatores como estresse ou dieta podem alterar a composição do suor através da regulação hormonal e metabólica, potencialmente afetando a qualidade ou a detectabilidade de impressões latentes.
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2.4. Metabolismo e regulação da utilização de energia.
Detalhe: Como o organismo gerencia e utiliza a energia obtida dos alimentos, e a interconversão das formas de energia.
Ex: Embora não diretamente aplicado, o estado nutricional e metabólico de um indivíduo pode influenciar a quantidade e composição de secreções sebáceas e sudoríparas, que são componentes das impressões digitais.
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2.5. Proteínas e enzimas.
Detalhe: Estrutura, classificação e funções das proteínas. Enzimas como catalisadores biológicos, cinética enzimática, fatores que afetam a atividade enzimática (pH, temperatura).
Ex: A queratina é a principal proteína estrutural da epiderme. Enzimas presentes em bactérias na pele ou no ambiente podem degradar os componentes de uma impressão latente ao longo do tempo. O DNA é manipulado por enzimas (polimerases) na técnica de PCR para análise genética.
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3. Embriologia.
Detalhe: Estudo do desenvolvimento do organismo desde a fecundação até o nascimento, incluindo a formação dos tecidos e órgãos.
Ex: O conhecimento da embriologia é crucial para entender a formação das cristas papilares (dermatóglifos) durante o desenvolvimento fetal, o que explica sua unicidade e perenidade.
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3.1. Gametogênese.
Detalhe: Formação dos gametas masculinos (espermatogênese) e femininos (ovogênese/oogênese) através da meiose.
Ex: A gametogênese é o processo que garante a variabilidade genética transmitida aos descendentes, fundamental para a individualidade biológica, incluindo a singularidade das impressões digitais.
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3.2. Fecundação, segmentação e gastrulação.
Detalhe: Fecundação (união dos gametas), segmentação (clivagens do zigoto formando a mórula e o blastocisto) e gastrulação (formação dos folhetos germinativos: ectoderma, mesoderma e endoderma).
Ex: A epiderme, onde se formam as cristas papilares, origina-se do ectoderma, um dos folhetos germinativos formados durante a gastrulação. Qualquer anomalia nessas fases iniciais pode ter consequências no desenvolvimento dérmico.
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3.3. Organogênese.
Detalhe: Processo de formação dos órgãos e sistemas do corpo a partir dos folhetos germinativos.
Ex: Durante a organogênese, especificamente entre a 10ª e 24ª semana de gestação, ocorre a formação definitiva das cristas de fricção nas polpas digitais, palmares e plantares.
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3.4. Anexos embrionários.
Detalhe: Estruturas que auxiliam no desenvolvimento do embrião, como saco vitelínico, âmnio, cório e alantoide.
Ex: O líquido amniótico, contido pelo âmnio, proporciona um ambiente protegido para o desenvolvimento fetal, influenciando indiretamente a formação da pele e, consequentemente, das impressões digitais, ao permitir movimentos fetais que contribuem para a individualização dos padrões.
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3.5. Desenvolvimento embrionário humano.
Detalhe: Principais eventos e estágios do desenvolvimento do embrião e feto humano, semana a semana.
Ex: O Papiloscopista, ao estudar a origem das impressões digitais, precisa conhecer os marcos do desenvolvimento embrionário humano, especialmente o período crítico de formação dos dermatóglifos.
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3.6. Formação dos brotos dos membros superiores e inferiores.
Detalhe: Desenvolvimento inicial dos braços e pernas a partir de brotos que surgem na parede corporal do embrião.
Ex: A formação adequada dos brotos dos membros é o precursor para o desenvolvimento dos dedos e, consequentemente, das superfícies onde as impressões digitais e plantares se formarão.
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4. Genética.
Detalhe: Ciência da hereditariedade e da variação dos organismos, incluindo o estudo dos genes, da sua transmissão e das suas manifestações.
Ex: Embora as impressões digitais não sejam diretamente determinadas por genes específicos da mesma forma que a cor dos olhos, a genética influencia o desenvolvimento geral da pele e dos padrões básicos. A genética molecular (DNA) é a base da identificação forense complementar à papiloscopia.
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4.1. Primeira lei de Mendel.
Detalhe: Lei da Segregação dos Fatores, que afirma que cada característica é determinada por um par de fatores (alelos) que se separam na formação dos gametas.
Ex: A compreensão das leis de Mendel é fundamental para entender a herança de características monogênicas, o que forma a base para estudos mais complexos de herança de traços poligênicos como os padrões dermatoglíficos (que são influenciados por múltiplos genes e fatores ambientais).
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4.2. Probabilidade genética.
Detalhe: Aplicação de princípios de probabilidade para prever os resultados de cruzamentos genéticos.
Ex: Em casos de identificação de paternidade ou maternidade por DNA, a probabilidade genética é usada para calcular a chance de um indivíduo ser o pai/mãe biológico, complementando informações de identificação civil que podem envolver dados papiloscópicos.
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4.3. Árvore genealógica.
Detalhe: Heredogramas ou pedigrees, representações gráficas das relações de parentesco e da transmissão de características em uma família.
Ex: Árvores genealógicas são usadas em genética forense para rastrear a herança de alelos em famílias, o que pode ser útil em investigações de pessoas desaparecidas ou na identificação de restos mortais, onde dados papiloscópicos podem ser comparados com parentes.
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4.4. Genes letais.
Detalhe: Alelos que causam a morte do indivíduo portador, geralmente em homozigose.
Ex: Embora não diretamente ligado à papiloscopia, o estudo de genes letais ilustra a importância de cada gene no desenvolvimento e sobrevivência, e algumas síndromes genéticas associadas a genes com efeitos severos podem apresentar anomalias dermatoglíficas.
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4.5. Herança sem dominância.
Detalhe: Casos onde não há dominância completa, como dominância incompleta (fenótipo intermediário) e codominância (ambos os alelos se expressam).
Ex: O sistema sanguíneo MN é um exemplo de codominância. Embora os grupos sanguíneos não sejam o foco da papiloscopia, o entendimento desses padrões de herança é parte da formação básica em genética, relevante para outras áreas da perícia criminal.
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4.6. Segunda lei de Mendel.
Detalhe: Lei da Segregação Independente, que afirma que os fatores (alelos) para duas ou mais características segregam-se independentemente durante a formação dos gametas.
Ex: A segunda lei de Mendel aplica-se a genes localizados em cromossomos diferentes. Características complexas como os padrões papilares são poligênicas, e a segregação independente contribui para a imensa variedade de combinações possíveis.
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4.7. Alelos múltiplos: grupos sanguíneos dos sistemas ABO, Rh e MN.
Detalhe: Existência de três ou mais alelos para um mesmo gene na população. Estudo dos sistemas sanguíneos ABO (alelos IA, IB, i), Rh (positivo/negativo) e MN.
Ex: A tipagem sanguínea (ABO, Rh) foi historicamente usada em perícias, mas hoje é largamente suplantada pelo DNA. O conhecimento sobre alelos múltiplos é importante para entender a diversidade genética populacional, que também se reflete na variabilidade dos dermatóglifos.
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4.8. Determinação do sexo.
Detalhe: Mecanismos de determinação sexual, como o sistema XY em humanos.
Ex: A determinação do sexo por análise de cromossomos (XX para feminino, XY para masculino) a partir de DNA de vestígios biológicos é uma informação básica em perícias de identificação, complementando dados como impressões digitais.
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4.9. Herança dos cromossomos sexuais.
Detalhe: Padrões de herança de genes localizados nos cromossomos X e Y, como daltonismo e hemofilia (ligados ao X).
Ex: Análises de DNA de marcadores do cromossomo Y são úteis em genealogia forense e na identificação de linhagens paternas, podendo auxiliar em casos onde vestígios papiloscópicos de múltiplos indivíduos do sexo masculino são encontrados.
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4.10. Doenças genéticas.
Detalhe: Alterações no material genético que causam doenças, como aneuploidias (Síndrome de Down, Turner, Klinefelter) e doenças monogênicas (fibrose cística, anemia falciforme).
Ex: Algumas síndromes genéticas, como a Síndrome de Down, podem estar associadas a padrões dermatoglíficos específicos ou atípicos (ex: prega simiesca). O Papiloscopista pode encontrar esses padrões e, embora não faça diagnóstico, reconhecer sua possível relevância.
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5. Evolução dos processos de identificação humana.
Detalhe: Histórico e desenvolvimento das técnicas e sistemas utilizados para identificar indivíduos ao longo do tempo.
Ex: O Papiloscopista Policial Federal deve conhecer a trajetória da identificação humana para valorizar os métodos atuais e entender as bases científicas e históricas de sua própria especialidade.
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5.1. Aspectos Morfológicos da Identificação.
Detalhe: Utilização de características físicas externas (cor dos cabelos, olhos, pele, altura, sinais particulares) para identificação, suas vantagens e limitações.
Ex: Antes da papiloscopia e do DNA, a identificação dependia muito de descrições morfológicas (retrato falado, sinais). Esses aspectos ainda são úteis como dados complementares no registro de um indivíduo identificado por suas impressões digitais.
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5.2. Sistema Antropométrico de Alphonse Bertilon.
Detalhe: Bertillonage, método científico pioneiro de identificação baseado em múltiplas medições de partes ósseas do corpo, fotografias e descrição de sinais particulares.
Ex: O sistema de Bertillon foi um marco, mas foi superado pela papiloscopia devido à maior praticidade, confiabilidade e unicidade das impressões digitais. Conhecer a bertillonage ajuda a entender a evolução para sistemas mais precisos.
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5.3. Identificação Datiloscópica segundo o método de Vucetich.
Detalhe: Sistema de classificação e identificação de impressões digitais desenvolvido por Juan Vucetich na Argentina, um dos pioneiros e mais influentes na adoção da datiloscopia.
Ex: O método de Vucetich, com sua classificação dos tipos fundamentais de impressões digitais (arco, presilha interna, presilha externa, verticilo), é uma base histórica e conceitual importante para a papiloscopia praticada no Brasil e em muitos outros países.
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5.4. Identidade, Identificação e Individualização.
Detalhe: Identidade: conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa ou coisa. Identificação: processo de determinar a identidade. Individualização: estabelecimento da unicidade, distinguindo de todos os outros.
Ex: A papiloscopia busca a identificação de um indivíduo (quem ele é) e, idealmente, sua individualização (confirmar que aquela impressão pertence unicamente a ele e a mais ninguém), baseando-se na análise das minúcias e na perenidade e unicidade dos desenhos papilares.
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6. Histologia epitelial.
Detalhe: Estudo microscópico do tecido epitelial, que reveste superfícies, forma glândulas e possui células justapostas com pouca matriz extracelular.
Ex: A epiderme, camada mais externa da pele onde se encontram as cristas papilares, é formada por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado. O Papiloscopista deve entender a estrutura desse tecido para compreender a formação e características das impressões.
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6.1. Células, estruturas e funções do tecido epitelial.
Detalhe: Características celulares (polaridade, junções intercelulares), lâmina basal, e funções como proteção, secreção, absorção, percepção sensorial.
Ex: As junções intercelulares (desmossomos) conferem coesão às células da epiderme, importante para a integridade das cristas. A função de proteção da epiderme é fundamental, e as impressões digitais contribuem para a preensão.
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6.2. Classificação do tecido epitelial.
Detalhe: Critérios de classificação: número de camadas celulares (simples, estratificado, pseudoestratificado) e forma das células superficiais (pavimentoso, cúbico, colunar/prismático).
Ex: A epiderme é um epitélio estratificado pavimentoso. O Papiloscopista deve conhecer essa classificação para entender a estrutura da pele que analisa.
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6.3. Tipos de tecido epitelial.
Detalhe: Combinações das classificações, como epitélio simples pavimentoso, simples cúbico, estratificado pavimentoso, etc., e suas localizações e funções específicas.
Ex: As glândulas sudoríparas, cujos ductos se abrem nos poros sobre as cristas papilares, são formadas por tecido epitelial glandular, um tipo especializado de epitélio.
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6.4. Epitélio simples, pseudoestratificado, estratificado e de transição.
Detalhe: Detalhamento das características de cada tipo de epitélio de revestimento.
Ex: Compreender que a epiderme é estratificada é crucial para entender sua capacidade de regeneração e resistência ao desgaste, o que garante a durabilidade das impressões digitais.
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6.5. Glândulas exócrinas e endócrinas.
Detalhe: Glândulas exócrinas liberam secreções através de ductos para uma superfície (ex: sudoríparas, sebáceas). Glândulas endócrinas liberam hormônios diretamente na corrente sanguínea.
Ex: As glândulas sudoríparas ecrinas, presentes em grande número nas palmas das mãos e plantas dos pés, são glândulas exócrinas cujas secreções (suor) são um componente chave das impressões digitais latentes.
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6.6. Funções do tecido epitelial.
Detalhe: Revestimento e proteção, absorção de substâncias, secreção, excreção, sensação e transporte.
Ex: Na pele, o tecido epitelial (epiderme) tem como principal função a proteção contra agentes externos, e as cristas papilares aumentam o atrito para a preensão, sendo também a base da identificação papiloscópica.
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6.7. Revestimento de superfícies internas e externas do corpo.
Detalhe: Exemplos de como o tecido epitelial forma a camada mais externa da pele e o revestimento de cavidades e órgãos internos.
Ex: O Papiloscopista trabalha primariamente com o epitélio de revestimento externo da pele das mãos e pés, mas o conhecimento geral sobre epitélios é importante para uma formação biológica completa.
FÍSICA
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1. Oscilações e ondas: movimento harmônico simples; energia no movimento harmônico simples; ondas em uma corda; energia transmitida pelas ondas; ondas estacionárias; equação de onda.
Detalhe: Estudo dos movimentos periódicos e da propagação de perturbações. MHS como modelo fundamental. Propriedades das ondas como frequência, comprimento de onda, velocidade e amplitude.
Ex: A luz, utilizada para visualização e fotografia de impressões digitais, é uma onda eletromagnética. Algumas técnicas de imagem avançada (ex: ultrassom para impressões internas) baseiam-se em princípios de ondas.
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2. Eletricidade: carga elétrica; condutores e isolantes; campo elétrico; potencial elétrico; corrente elétrica; resistores; capacitores; circuitos elétricos.
Detalhe: Conceitos fundamentais da eletrostática e eletrodinâmica, incluindo lei de Coulomb, lei de Ohm e funcionamento de componentes básicos de circuitos.
Ex: O Papiloscopista utiliza equipamentos eletrônicos (scanners, computadores, fontes de luz forense) que funcionam com base em princípios elétricos. A técnica de deposição eletrostática de pó (ESDA) para revelação de impressões em papel utiliza conceitos de campo elétrico.
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3. Óptica: óptica geométrica; reflexão; refração; polarização; interferência.
Detalhe: Estudo do comportamento da luz. Óptica geométrica (raios de luz, lentes, espelhos). Fenômenos ondulatórios da luz (polarização, interferência, difração).
Ex: A fotografia de impressões digitais utiliza lentes (óptica geométrica) para focar a imagem. Fontes de luz forense com diferentes comprimentos de onda e filtros (polarizadores, de interferência) são usados para otimizar o contraste e revelar impressões latentes em diversas superfícies.
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4. Espectroscopias de absorção e de emissão molecular (fluorescência).
Detalhe: Técnicas analíticas baseadas na interação da radiação eletromagnética com a matéria. Absorção de luz por moléculas e emissão de luz (fluorescência) após excitação.
Ex: Muitos reveladores de impressões latentes (ex: DFO, indanediona) induzem fluorescência nos resíduos da impressão quando iluminados com luz de comprimento de onda específico. O Papiloscopista usa esse princípio para visualizar e fotografar impressões que seriam invisíveis a olho nu.
QUÍMICA
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1. Classificação dos materiais.
Detalhe: Diferenciação entre substâncias puras (simples e compostas) e misturas (homogêneas e heterogêneas), e estados físicos da matéria (sólido, líquido, gasoso).
Ex: O suor em uma impressão digital é uma mistura aquosa (solução). O Papiloscopista trabalha com diversas superfícies (materiais) como vidro (sólido amorfo), metal (sólido cristalino), papel (mistura de celulose e outros componentes).
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2. Teoria atômico-molecular.
Detalhe: Modelos atômicos (Dalton, Thomson, Rutherford, Bohr), estrutura do átomo (prótons, nêutrons, elétrons), conceitos de elemento químico, molécula, número atômico e de massa, isótopos.
Ex: A reação da ninidrina com os aminoácidos presentes no suor de uma impressão digital envolve interações em nível molecular. A composição atômica dos reveladores e dos componentes da impressão determina a natureza dessas reações.
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3. Classificação periódica dos elementos químicos.
Detalhe: Organização dos elementos na Tabela Periódica, propriedades periódicas (raio atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica, eletronegatividade) e sua variação.
Ex: Alguns reveladores papiloscópicos utilizam metais ou seus sais (ex: nitrato de prata, reveladores metálicos a vácuo). O conhecimento da Tabela Periódica ajuda a entender as propriedades desses elementos e sua reatividade.
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4. Radioatividade.
Detalhe: Emissões radioativas (alfa, beta, gama), leis da radioatividade, meia-vida, fissão e fusão nuclear. Aplicações e riscos.
Ex: Embora não seja uma técnica rotineira em papiloscopia, a autorradiografia (usando isótopos radioativos) já foi explorada para revelação de impressões. O Papiloscopista pode encontrar situações onde materiais radioativos estão presentes em cenas de crime, exigindo cuidados especiais.
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5. Interações químicas.
Detalhe: Ligações iônicas, covalentes (simples, dupla, tripla, dativa/coordenada) e metálicas. Forças intermoleculares (Van der Waals, dipolo-dipolo, ligações de hidrogênio). Geometria molecular.
Ex: A adesão dos componentes do suor (que formam a impressão latente) à superfície é governada por forças intermoleculares. As reações químicas dos reveladores com esses componentes envolvem a quebra e formação de ligações covalentes ou iônicas.
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6. Misturas, soluções e propriedades coligativas.
Detalhe: Tipos de misturas, concentração de soluções (molaridade, título, ppm), solubilidade. Propriedades coligativas (tonoscopia, ebulioscopia, crioscopia, os pressão osmótica).
Ex: Os reveladores papiloscópicos são frequentemente preparados como soluções em concentrações específicas. A compreensão da solubilidade é crucial para preparar e aplicar esses reagentes corretamente. O suor é uma solução aquosa diluída.
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7. Métodos de separação de misturas.
Detalhe: Técnicas como filtração, decantação, centrifugação, destilação (simples e fracionada), cromatografia, extração.
Ex: Embora a papiloscopia não envolva diretamente a separação de misturas em sua rotina, a cromatografia pode ser usada em análises químicas complementares de resíduos contaminantes em uma impressão ou para purificar reagentes.
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8. Funções químicas inorgânicas.
Detalhe: Ácidos, bases, sais e óxidos. Nomenclatura, propriedades, reações (neutralização, hidrólise salina).
Ex: A ninidrina é um composto orgânico, mas alguns processos de revelação ou limpeza de materiais podem envolver ácidos (ex: para limpar vidrarias) ou bases. O pH da superfície ou do suor pode influenciar a eficácia de certos reveladores.
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9. Gases.
Detalhe: Leis dos gases ideais (Boyle, Charles, Gay-Lussac, Clapeyron), misturas gasosas (lei de Dalton), teoria cinética dos gases.
Ex: A fumigação com cianoacrilato para revelar impressões latentes envolve a vaporização do éster (um gás) que polimeriza sobre os resíduos da impressão. A pressão e temperatura controladas são importantes nesse processo.
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10. Propriedades dos sólidos.
Detalhe: Estruturas cristalinas e amorfas, propriedades mecânicas, condutividade.
Ex: O Papiloscopista trabalha com impressões em diversas superfícies sólidas (metais, vidros, plásticos, madeira), cada uma com propriedades diferentes que afetam a adesão da impressão e a escolha da técnica de revelação.
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11. Estequiometria.
Detalhe: Cálculos envolvendo as quantidades de reagentes e produtos em reações químicas (mol, massa molar, leis ponderais, balanceamento de equações).
Ex: Ao preparar soluções de reveladores (ex: nitrato de prata), é fundamental realizar cálculos estequiométricos corretos para garantir a concentração adequada e a eficácia da reação com os componentes da impressão digital.
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12. Termoquímica.
Detalhe: Estudo do calor envolvido nas reações químicas (entalpia, reações exotérmicas e endotérmicas, lei de Hess, calor de formação).
Ex: Algumas reações de revelação de impressões podem ser exotérmicas ou endotérmicas, embora geralmente em pequena escala. A temperatura ambiente pode afetar a velocidade e a eficiência dessas reações.
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13. Cinética química.
Detalhe: Estudo da velocidade das reações químicas e dos fatores que a influenciam (concentração, temperatura, catalisadores, superfície de contato).
Ex: A velocidade com que um revelador (ex: ninidrina) reage com os aminoácidos de uma impressão latente é influenciada pela temperatura e umidade. O uso de calor e umidificação controlada pode acelerar o processo de revelação.
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14. Equilíbrio químico.
Detalhe: Reações reversíveis, constante de equilíbrio (Kc, Kp), princípio de Le Chatelier (deslocamento de equilíbrio), hidrólise salina, pH e pOH, produto iônico da água, soluções tampão.
Ex: A eficácia de alguns reveladores pode depender do pH do meio. Soluções tampão podem ser usadas para manter o pH ótimo durante o processo de revelação. A revelação com iodo, por exemplo, envolve um equilíbrio de adsorção/dessorção.
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15. Eletroquímica.
Detalhe: Pilhas e baterias, eletrólise, potenciais de redução, leis de Faraday. Corrosão.
Ex: A técnica de deposição eletrolítica de metais (Multi-Metal Deposition - MMD) para revelação de impressões em superfícies específicas baseia-se em princípios eletroquímicos. Equipamentos portáteis (lanternas, câmeras) usam baterias.
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16. Química orgânica: estrutura, nomenclatura e propriedades físicas e químicas de compostos orgânicos.
Detalhe: Hidrocarbonetos, funções orgânicas (álcoois, fenóis, éteres, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, ésteres, aminas, amidas), isomeria (plana e espacial), principais reações orgânicas.
Ex: Os componentes do suor e das secreções sebáceas que formam as impressões latentes são majoritariamente compostos orgânicos (aminoácidos, ácidos graxos, ureia). Muitos reveladores (ninidrina, DFO, cianoacrilato) são também compostos orgânicos e suas reações são específicas de funções orgânicas.